clip_image002Excelente reportagem hoje no Caderno Informática, da Folha de São Paulo, aborda um assunto chato, mas inevitável: a quantidade de “lixo eletrônico” que é despejada todos os dias na natureza, particularmente nos países do Terceiro Mundo. São nada menos do que 200 milhões de computadores por ano, segundo a Intel, em cuja fabricação são usados materiais altamente nocivos, como chumbo, mercúrio e cádmio – além de plástico, muito plástico.

Diz o texto que, de acordo com o governo da Califórnia, somente em 2006 o Brasil recebeu mais de 1.000 toneladas de eletrônicos que haviam sido descartados por fabricantes daquele estado. Os dados são do DTSC (Department of Toxic Substances Control), que acusa o Brasil de descumprir a Convenção de Basiléia, dedicada a combater o trânsito internacional de produtos tóxicos. O relatório não especifica os produtos que teriam entrado no País, dando margem a um representante do Ministério do Meio Ambiente dizer que “não tem informações a respeito”. O certo seria dizer: “Não temos a menor idéia do que vocês estão falando”.

Os repórteres da Folha fazem um excelente trabalho de apuração. Registram, por exemplo, que a legislação brasileira é totalmente falha na questão e que o controle só é feito em alguns órgãos, como a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, cujo programa Mutirão do Lixo Eletrônico, já comentado aqui, orienta os usuários sobre o descarte de produtos como baterias, celulares etc. Há ainda algumas ONGs que cuidam do problema, evidentemente com muito boa vontade mas de forma totalmente descoordenada. Mas o jornal vai mai longe, mostrando que até no Vale do Silício as empresas poluem o ambiente: existem lá 29 pontos de contaminação, ligados a empresas mais do que conhecidas, como Intel, HP e AMD.

Isso tudo, apesar do “discurso verde” que muitas divulgam.

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