As notícias que chegam dos EUA mostram que a situação do varejo especializado por lá é mais do que preocupante. O número de lojas fechadas devido à crise é assustador – são milhares – e as medidas de reativação da economia tomadas até agora devem demorar para ter efeito (os mais otimistas falam em um ano de recessão). Mas, um momento: eu disse “varejo especializado”? Bem, é preciso entender bem do que estamos falando.

circuit-city-out-of-businessA crise americana está afetando principalmente as redes que trabalham com eletrônicos. Com exceção da BestBuy, por enquanto, todas elas vêm sofrendo perdas consideráveis, não apenas devido à crise, mas também pela pressão do varejo realmente pesado – Wal-Mart, K-Mart, Costco etc., cujo poder junto à indústria é inalcançável. Nomes antes celebrados, como Circuit City e Tweeter, estão desaparecendo de cena. Mas os especializados, mesmo, estão conseguindo se manter (claro, com dificuldades) graças justamente a essa palavrinha mágica: especialização. Hoje, isso significa atendimento customizado, com linhas de produtos reduzidas, mas adequadas ao perfil de cada cliente. Mais ainda: significa vender “soluções”, e não propriamente equipamentos. É onde o revendedor que realmente se especializa – ou seja, estuda, pesquisa e se aprofunda no assunto, mantendo-se atualizado com as últimas tendências – consegue se destacar.

São benefícios que nenhum grande varejista é capaz de oferecer – até porque isso não cabe na sua estrutura. Mas, por mais que esse conceito seja batido e rebatido, ainda encontro no Brasil revendedores que insistem em nadar contra a maré. Conversando com um deles na semana passada, ouvi pela enésima vez a ladainha da “concorrência desleal” dos magazines. Enquanto o especializado continuar considerando o magazine seu “concorrente”, não vejo como sair do buraco. Este, por sinal, tende a ficar maior com a evolução tecnológica.

A meu ver, o maior concorrente do revendedor especializado hoje (e isso parece que os americanos já descobriram) é a internet e seus sites de vendas que oferecem de tudo, e por todo tipo de preço. Muitos consumidores ainda caem nessa armadilha. Bem, no caso brasileiro, é preciso lembrar de um outro concorrente feroz: o contrabando. Mas essa é outra conversa.

7 thoughts on “O futuro do varejo

  1. Outra confusão é sobre os consultores, eu sendo um, ouvi varias vezes ” mas na loja X fazem a instalação e projeto de graça ” aí chegando na tal ” obra ” via aparelhos HD ligados pelo sinal composite e outras barberagens ( desculpem os barbeiros .. )
    Equipamentos com uso complicadíssimo e mal dimensionados.
    Falta de cultura específica, continuar a informar e seduzir novos audiófilos é de grande importancia.

  2. Prezado Orlando Barrozo,

    Não entedi, muitos consumidores ainda caem nessa armadilha?

    A Internet é algo que veio para ficar!

    O mundo não tem como livrar-se desse meio de compra!

  3. A armadilha a que me referi são os sites que enganam o consumidor com ofertas tentadoras demais. Há centenas deles. A internet, nesse ponto, é uma terra de ninguém, o que requer cuidados redobrados de quem compra. Abs. orlando

  4. Venho dizendo isso a anos, hoje tudo é explicavel pela crise, mas esquecemos que nossa crise ja existe a muito tempo, por conta de alguns oportunistas sem conhecimento técnico oferecendo apenas e tão somente preço como atrativo.
    O negócio do Magazine sempre foi e será quantidade e rapidez no giro, portanto é claro que sempre agirá desta forma.

  5. Olá Orlando !

    Eu ainda prefiro acreditar que a internet pode ser uma grande aliada aos integradores.
    Os especializados devem cada vez mais valorizar sua mão de obra e não mais as margens de ganho sobre produtos (aí sim a internet entrará como fator desleal !).
    Assim, podemos seguir um modelo de cultura onde se valoriza muito mais conhecimento (e se paga por isso) do que os produtos, tidos muitas vezes como valor absoluto em um “projeto”.
    Caso vc que esteja lendo este e-mail, seja um conhecedor do ramo, ache isso tudo um absurdo, tente fazer um vestido (isto mesmo, uma roupa bacana) a partir de um corte de tecido !!!!
    Vc verá que pouco mais de 10% do preço representa realmente o custo desta roupa, se comparada à de uma marca de griffe. O que importa é toda a estrutura de design e marketing ! Pensem nisso…

    Grande abraço a todos,
    Luciano

  6. Prezado Orlando

    A SUPORTES IACI LTDA, é a primeira empresa brasileira formal (registrada) com o objetivo específico de fabricar suportes para Home Theater.
    Inicialmente era um mercado eletisado que exigia qualidade, segurança e reconhecia os custos. Os volumes eram baixos mais para suportes especiais não existiam padrões, hoje já são mais massificados (populares).As contruções eram semi artesanais e personalisados.
    Agora o mercado mudou, procura-se preços baixos de instalação (inclusive para equipamentos sofiticados e caros). Os proprietários de HOME THEATER fazem questão de discutir e escolher os melhores aparelhos de som e imagem, criam ambientes lindos e maravilhosos, mas esquecem de incluir nos orçamentos os suportes e as instalações deixando na mão de alguns instaladores que optam por produtos de custos menores (para obter maior lucro)comprometendo assim a qualidade e a segurança. É assim que o mercado está se comportando.
    Será que o mercado vai mudar novamente (como você mencionou), será mais exigente, será mais peronalizado ou será mais massificado (popular).

  7. Olá Caro Amigo Orlando;
    Depois de ler os ultimos comentários sobre esta matéria esposta. Chego a conclusão de que o grande vilão das empresas especializadas do mercado de Home Theater, me refiro ao Brasil, é a desorganização, desunião e a falta de padrão existente entre as lojas especializadas os especialistas para com o atendimento dos clientes.
    – A internet sempre atrapalhou com preços muitas vezes desleais e atropelando a estrutura das lijas, mais tambêm ajudou equalizando o valor de alguns produtos, aproximando os profissionais e acelerando a divulgação da informação…
    – Os magazines tambêm atrapalharam bastante, mais tambêm ajudaram a equalizar os preços, mais provou que sem a presença do especializado não da para se obter grande coiza, eles representam uma fatia do mercado popular, o magazine não trabalha com projetos…
    – E por fim o contrabando, este sim é devastador, os danos causados por ele ao mosso mercado, mais mesmo assim a onde que está a segurança e confiança que, como especialista, passamos para “O CLIENTE”, isto é insubstituivel e indispensável.
    Somente o especialista é que projeta e acompanha a obra e sua execução. Portanto Equipamento é uma coisa e Serviço é outra, vamos parar de ficar reclamando e procurando um culpado e vamos trabalhar, com inteligencia e sempre um passo afrente daqueles que consideramos nossos vilões.
    Cad^a criatividade Brasileira…

    Um grande abraço
    [email protected]

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