O ministro Helio Costa andava meio calado ultimamente, talvez em razão do pito que levou do presidente Lula quanto proibiu a TV Cultura de fazer multiprogramação, como comentei aqui no início do mês. Agora, reaparece com seus disparates. Anteontem, na abertura do Congresso Brasileiro de Radiodifusão, ele saiu-se com esta: “A juventude tem que parar de ficar pendurada na internet. Tem que assistir mais rádio (sic) e televisão”. Evidentemente, parte da platéia – formada por executivos de rádio e TV – aplaudiu; outra parte entendeu perfeitamente tratar-se de mais uma grande bobagem.

O ministro estava simplesmente dando mais uma alfinetada nas operadoras de telefonia, responsáveis pelas redes de banda larga. Segundo ele, o setor de comunicações fatura no Brasil R$ 110 bilhões por ano, dos quais R$ 12 bi vão para a televisão e apenas R$ 1 bi para o rádio. “O resto, vocês sabem para onde vão”, cutucou, como se as teles estivessem cometendo algum crime.

Ora, pedir para um jovem, nos dias de hoje, trocar a internet pela TV, é quase como mandá-lo jogar bocha, em vez de futebol ou vôlei, por exemplo. Seria bom que o ministro explicasse quais são as atrações interessantes que a televisão brasileira oferece aos jovens. Aliás, as próprias emissoras admitem isso, ao direcionar seus investimentos para as novas mídias, como a Globo está fazendo. Será que só o ministro não vê?

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