“Nova York num domingo: se você tem problemas é só levá-los para dar uma volta e eles desaparecem”, dizia uma velha canção.

E cá estou, caminhando pela cidade num domingo de verão. Procuro fugir do tumulto, mas está difícil. Quase todas as ruas estão abarrotadas e, apesar do respeito, confesso que Parada Gay não é meu programa favorito. Com o calorão que está fazendo, também não dá para ficar na rua ou no parque, ainda mais depois que uma gripe me pegou de jeito. Dentro dos restaurantes, como se isso compensasse a alta temperatura externa, colocam o ar-condicionado no máximo, causando choque térmico toda vez que se entra ou sai de algum lugar. Minha opção foi conhecer melhor a chamada área portuária, junto ao Rio Hudson (foto), restaurada anos atrás e hoje habitat de galerias de arte e restaurantes descolados. Criaram até um bairro chamado Art Gallery District. E a região onde ficavam as torres gêmeas destruídas no 11 de Setembro também está sendo toda reformada; ali devem ser construídas outras torres mais altas ainda, como que a desafiar Bin Laden e cia.

A mistura de antigo e moderno dá um charme especial a essa parte da cidade. Logo ali ficam Chinatown e Little Italy, por onde passei só de taxi e deu para ver que continuam decadentes como sempre; mais perto, Soho, Village e Tribeca, hoje um dos bairros mais badalados. No final do domingo, minha conclusão – que também não é nada original – é de que Nova York é um lugar para ver gente. Difícil encontrar outra cidade no mundo em que haja tanta mistura de raças, cores, cheiros, estilos e sotaques. Numa única tarde, desci o elevador do hotel ao lado de um funcionário nascido na Sérvia, passei pelo porteiro (um cubano), tomei um taxi dirigido por um paquistanês, fui atendido na lanchonete por uma vietnamita e, retornando ao hotel, descobri que um dos atendentes é… isso mesmo: brasileiro. Um problema que tive com o TV do quarto foi consertado por um grego, e por aí vai. Se ficasse aqui mais uma semana, provavelmente tropeçaria em gente de outros países.

Meus problemas não desapareceram, como prometia a canção, mas até que foi divertido.

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