Demorou, mas enfim aconteceu: quebraram o código criptográfico dos players Blu-ray. A notícia é uma das mais comentadas do momento entre os entendidos. Na semana passada, um site americano de informática publicou o chamado código-mestre (Master Code), a seqüência numérica do padrão HDCP que, na forma binária, permite que um player identifique o disco e execute a reprodução. HDCP (High-Definition Copy Protection) foi a norma aprovada em 2004 por fabricantes de equipamentos e produtores de conteúdo, que permitiu o lançamento comercial do Blu-ray. Funciona (ou funcionava, até agora) como uma garantia para os estúdios de que somente discos codificados seriam reproduzidos, obrigatoriamente através de uma conexão digital (HDMI); sem saber o código, não há como piratear os discos.

Bem, como ficamos agora? Já li todo tipo de opinião. Desde de um irônico “Já vai tarde, HDCP”, até preocupações sinceras sobre como lidar com os milhões de discos e aparelhos que já estão no mercado. Na prática, repete-se a história do Macrovision, o código criptográfico que protegia os discos DVD: funciona durante algum tempo, mas um dia é descoberto. Hoje, com a rapidez da internet, na mesma hora milhares de sites e blogs pelo mundo afora replicam. A esta altura, já deve haver dezenas de “laboratórios” trabalhando em cima do tal código.

Na prática, as máfias chinesas e similares já sabiam como fazer, antes mesmo da divulgação na semana passada. Como se sabe, há inúmeros sites onde se pode fazer download ilegal de filmes em alta definição. Esses caras não fazem outra coisa a não ser hackear coisas alheias pois, afinal, vivem disso. Muito consumidor também deve estar comemorando. Falta agora saber como reagirão os estúdios de Hollywood. E, mais importante ainda, como se poderá proteger os direitos de autor, já tão arranhados.

Para quem quiser mais detalhes, recomendo um artigo publicado no site da BBC, em inglês, de autoria do especialista Bill Thompson. Outra boa explicação foi dada pela revista americana Computer World. E sugiro também a última coluna do excelente Pedro Dória, no Estadão, sob o título “Aberta a chave para a pirataria em alta definição“.

6 thoughts on “Um golpe no Blu-ray

  1. Se só agora foi quebrada essa chave,como funcionam esses programas,inclusuve gratuitos,que existem na internet para cópia de discos blu-ray.Não pude testá-los pois minha máquina não possui drive de blu.Estranho pois esses programas permitem desencriptar,editar,etc.Dá a impressão que essa codificação já foi quebrada faz tempo.O que você acha disso,Orlando?Abraço;Rubens.

  2. Sim, Rubens, já tinha sido quebrada há uns dois ou três anos. Só que agora está na internet, qualquer pessoa tem acesso ao código. Essa é a diferença. Abs. orlando

  3. Boa respota para a idéia que queriam de bloquear os discos para só ter alta definição na saída HDMI.
    Eles nunca trataram o consumidor legal com respeito – discos sem extras, trilhas de audio capengas, caros e que demoram a ser lançados. Tiveram o que mereceram.

  4. demorÔ!!! bem feito!! quem é pode pagar 60 reais em um disco de puro plastico!!! sem falar no player’s que custam um absurdo, e a tecnologia que a gente compra e após 2 meses já está ultrapassada, ficam segurando tecnologia enquanto compramos, e após algumas semanas já lançam outra tecnologia no mercado e o consumidor é obrigado a trocar o aparelho que acabou de comprar, sem falar nas promoções absurdas, pagamos um dinheirão na tecnologia e após comprarmos aparece alguma promoção com quase a metade do preço, fazem a gete de palhaço, por isso tem que piratear mesmo! se vendessem a um preço justo tanto os player’s como os discos todos comprariam original, não precisavamos comprar o falsificado, mas estas industrias querem ganhar e ganhar muito!!! bemmmm feitoooo

  5. Orlando, na área digital tudo é possível. O que é interessante é que tudo hoje é produzido na China e é lá mesmo, onde são produzidos os equipamentos digitais de última tecnologia, é que são quebrados todos os códigos de segurança. É o conhecido provérbio popular de colocar a raposa para tomar conta do galinheiro! Não poderia nunca dar outro resultado!

  6. Pirataria, aqueles que se acham acima do bem e da justiça, dizem ah isso é questão de cultura, não é questão de bolso, o povo não tem lazer fora de casa , com a insegurança que se tem nas ruas, a policia largando o cassete nos estudantes, como comprar dvds e blue-ray nesse patamar de preços. A china inundou com a conivencia dos politicos nosso país de produtos PIRATAS QUE PAGAM IMPOSTOS, esfacelando nossa industria e tirando o trabalho de nosso povo. Lógico na rua ou nos camelodromos o imposto não é pago,mas ali o povo satisfaz o ego com qualidade discutivel. Não aguento mais tanto impoooooooosto o povo brasileiro tambem está no limite. Um abraço

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