Não deixa de ser uma ideia criativa: Fernando Rodrigues, talvez o melhor repórter político do Brasil, deu hoje um “furo” na Folha de São Paulo: a operadora Oi criou um plano para oferecer internet sem fio via banda larga através dos cerca de 1,1 milhão de orelhões espalhados pelo país – e hoje quase inativos. Como a estrutura de cabeamento já está pronta, e ociosa devido ao aumento do uso do celular, não seria complicado conectar os telefones públicos à rede de banda larga. O usuário poderia então chegar perto do orelhão com seu celular, tablet ou notebook e se conectar. Melhor ainda: de graça.

A Oi garante que, se houver patrocínio, podem sim oferecer o serviço gratuitamente. A velocidade seria de até 2 Megabits por segundo, ou seja, o dobro do que propõe o polêmico Plano Nacional de Banda Larga. E o sinal poderia ser captado num raio de até 50 metros em torno de cada orelhão. A brilhante sacada teria sido de Mayra Fonseca, dona de uma agência de publicidade chamada Populus, que presta serviços para a Oi. Mayra conseguiu exclusividade para converter em pontos de acesso os 824 mil orelhões que a operadora mantém em diversos estados, e para vender publicidade nesses aparelhos.

Segunda sacada brilhante de Mayra: por que não convencer o governo a patrocinar a brincadeira? Sim, os ministros Paulo Bernardo e Aloizio Mercadante já demonstram interesse. Não seria complicado fazer o Banco do Brasil, a Petrobrás ou a Caixa Econômica Federal colocarem seus adesivos nos orelhões e pagarem a conta. O plano inclui até, vejam só, equipar os orelhões com câmeras conectadas à internet para vigiá-los.

Só vai ser difícil convencer o dono de um tablet ou notebook a ficar ali, perto do orelhão, navegando na web, na mira dos ladrões.

4 thoughts on “Internet sem fio, no orelhão

  1. Por outro lado,quem tem um orelhão defronte a sua casa vai ficar ficar feliz…

  2. Poderia melhorar a idéia e usar os orelhoes para criar uma rede sem fio no centro da cidade, assim não precisa ficar tão perto do orelhao e correr o risco de ser assaltado.

    É o lucro viria da publicidade e serviços que seriam oferecidos nessa rede , e não cobrando pelo acesso.

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