Ainda não está confirmado, mas é possível que assistamos na CES, em janeiro, à estreia oficial do sistema UHDTV (“TV de Ultra-alta Definição”), o próximo passo na evolução das imagens em vídeo. Digo, “estreia oficial” para um público fora dos ambientes estritamente acadêmicos e/ou científicos. Em setembro, representantes de vários setores da indústria se reuniram em Amsterdam (Holanda), durante o evento IBC, e chegaram a um acordo sobre as características técnicas do novo padrão.

No ano passado, houve a primeira transmissão internacional usando UHDTV, promovida pela emissora estatal japonesa NHK em parceria com a britânica BBC e a italiana RAI. Os técnicos do grupo de estudos formado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) conseguiram enviar sinal desse tipo de Londres para Tóquio, com qualidade perfeita, demonstrando a viabilidade do padrão. Agora em setembro, a experiência foi repetida, entre Londres e Amsterdam (foto). “Vai ser uma nova revolução na televisão, alterando completamente a percepção audiovisual do telespectador”, prevê Christoph Dosch, coordenador do grupo.

Também chamado “Super HiVision”, o padrão de ultra-alta definição vem sendo desenvolvido há pelo menos 15 anos – os primeiros estudos a respeito foram divulgados no Japão em 1995. UHDTV não deve ser confundido com os padrões 4K e 8K, que vêm sendo exibidos em eventos internacionais (vejam os vídeos que fizemos na IFA, em setembro). Esta é uma tabela de referência sobre a resolução de imagem:

HDTV (padrão atual): 1.920 x 1.080 = 2.073.600 pixels

8K: 3.840 x 2.160 = 8.294.400 pixels

UHDTV: 7.680 x 4.320 = 33.177.600 pixels

Vejam que a diferença dessa imagem para aquela à qual estamos acostumados hoje é de aproximadamente 16 vezes!!! Mais ainda: o padrão UHDTV também trabalha com áudio de altíssima resolução – 22.2 canais, em frequência de 96kHz. Nas transmissões experimentais, utilizou-se uma frequência de vídeo de 120Hz, o que significa que os tais 33 milhões de pixels foram lidos 120 vezes por segundo. Imaginem a sofisticação dos processadores utilizados para essa leitura. Dizem os técnicos que esse “excesso de pixels” pode ter uma aplicação muito interessante: permitir a transmissão de conteúdos 3D sem que haja necessidade de óculos para perceber o efeito tridimensional.

Bem, a previsão dos técnicos é que tal sistema só ganhe uso comercial lá pelo ano 2020. Mas, se tudo der certo, equipamentos UHDTV farão no ano que vem a cobertura da Olimpíada de Londres, transmitindo parte do evento para alguns países, mais ou menos como foi a transmissão em 3D da Copa do Mundo de 2010, cujas imagens puderam ser captadas em cinemas com equipamento de recepção compatível.

7 thoughts on “UHDTV, perto da realidade

  1. Interessante, mas provavelmente só terá resultados “visíveis” em telas muito grandes, como acontece hoje com a resolução HD (720p) e FullHD (1080p), onde praticamente não se vê diferença em telas de 42 ou 46 polegadas.

  2. ISSO É A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA .

    Se hoje no mercado temos as tvs full HD ; 1.920 x 1.080 p e recebemos o sinal nesta mesma resolução e os filmes em blu-ray , sendo assim compativeis , isso sgnifica que para se ter a resolução UHDTV (“TV de Ultra-alta Definição”) teremos que ter também as mudanças das tvs para ultra alta definição , blu-ray e assim por diante ? Aguardo resposta do amigo e profissiional Orlando Barrozo .
    Então sinceramente acredito que vai demorar muitos e muitos anos pois ainda estamos lentamente aqui no Brasil com todos os enrolos dos governantes sendo instalado o sistema full Hd !!!!
    Fabricantes de tvs das grandes marcas podem se quiser já pensar em fabricar as tvs ultra-alta definição em outros países porque por aqui ai , ai , esqueçe ..rrsrs ..kkkkk
    Um abraço amigos .

  3. Caro Orlando,
    Entusiastas que somos de tecnologia, em especial video, onde sigo seus comentários desde os tempos do saudoso VCR Sharp, com CR com fio, época em que a revista começou a ser publicada, temos acompanhado as primeiras informações sobre o que tinha entendido ser o padrão 4K, 3.840 x 2.160.
    Concordo que, mesmo em TV de 52 pol, são mínimas as diferenças entre 72op e 1080p, principalmente me arquivos matroska. Porém em 100 pol, a diferença é expressiva.
    Provavelmente, esse novo padrão deve representar o mesmo efeito em telas de 100 pol, onde 4K e 8K devem dispor de diferenças pouquíssimo perceptíveis, senão nulas.
    Digo isso para me permitir sugerir que a resolução em si será mais ou menos finita quando atingir esse patamares.
    Holografia, transmissão remota, sensação de profundidade real, sensibilidade plena podem representar novos desafios a serem continuamente desenvolvidos.
    Já imaginaram imagens/informações/comunicação/base de dados em todo lugar, a toda hora, universalizadas….
    Viagem?? Pode ser, mas sabemos que uma, duas décadas em tecnologia valem por uma etenidade.
    Grande abraço,

  4. E eu fico imaginando as transmissões em 4k ou 8k com nossa “excelente” conexão de internet…

  5. Paulo, esses padrões não foram feitos para transmissão via internet, nem pela televisão. Isso talvez aconteça, se acontecer, somente daqui a uns dez anos. Abs. Orlando

  6. Uau!! Não faço idéia de como seria tal resolução, mas infelizmente isso irá demorar, pois nem se quer a única fonte (exceto jogos ps3) de alta definição que é o blu ray cai na popularização, até pq os discos são MUUITO CAROS, agora imagina o novissímo sistema UHDTV?!? Teria que ter novas fontes de altissíma resolução, novos jogos, filmes, musicais conteúdos da tv paga enfim, seria quase que uma reviravolta na alta definição. Mas realmente eu anseio muito por isso, vamos aguardar não é pessoal?! Abraços a todos!!

  7. O tamanho “padrão” das LCDs/LEDs de hoje, está na casa de 42 polegadas, as UHDTVs estão com um padrão de 84 polegadas, é o tamanho mais comum que estão produzindo, ou seja, QUATRO vezes o tamanho de uma de 42″ (o dobro da medida diagonal quadriplica a área). Se olharmos para trás, elas só chegarão ao um valor aceitável daqui uns 8 anos.

    Para filmes e programas de TV, essa resolução é inútil (hoje), mas para PCs ela pode ser aproveitada em jogos, já que nesse nicho há uma corrida gráfica incessante.

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