A operadora britânica O2 está iniciando uma experiência inédita: cobrir parte da cidade de Londres (aproximadamente 40km2) com rede de banda larga 4G. Serão 25 torres, que durante nove meses servirão gratuitamente a população, com uma velocidade 10 vezes mais alta que as atuais redes 3G. Segundo o jornal The Guardian, essas 25 torres serão capazes de trafegar mais dados do que toda a a rede atual da O2 no país inteiro!!! Oficialmente, as transmissões em 4G na Grã-Bretanha começam em janeiro de 2013, mas o potencial do padrão LTE (Long-Term Evolution), que derrotou o concorrente WiMax, já deixa o governo e as empresas animados. Além de ligações telefônicas e de dados, será possível trafegar chamadas de vídeo, conteúdos em HDTV, games online, comunicação entre veículos e até medição do consumo de energia, água e gás – tudo sem fio.

Dois eventos realizados recentemente nos EUA trataram da tecnologia 4G, que está sendo implantada no país (e também na Ásia e em alguns países da Europa) como resposta ao incrível aumento do tráfego de dados na internet e ao uso crescente de dispositivos móveis – só no YouTube, por exemplo, são 48 horas de vídeo que os internautas sobem a cada minuto. No 4G World 2011, em Chicago, mais de 8 mil especialistas discutiram o potencial para novos negócios. E na conferência LTE North America 2011, em Dallas, um dos principais assuntos foi a política do governo Obama – apoiada por boa parte do segmento empresarial – de levar banda larga de qualidade até a regiões remotas, como comentamos aqui dias atrás.

Ou seja, o assunto é mais do que atual. Está conseguindo, inclusive, colocar para discutir numa mesma mesa as três maiores operadoras dos EUA (Verizon, AT&T e Sprint), e também as provedoras de internet e até de TV por assinatura, além dos fornecedores de conteúdo. Empresas como a Amazon, por exemplo, têm todo interesse em que as redes 4G se viabilizem o mais rápido possível, pois sabem o impacto que isso irá causar no comércio eletrônico. Esse interesse cruza com os dos fabricantes de smartphones, tablets e notebooks, considerando que mais de 40% dos usuários desses aparelhos já adquiriram o hábito de assistir a vídeos e jogar games através das redes móveis.

O padrão LTE também deve ser adotado no Brasil, mas ninguém sabe quando. A Anatel ainda não se pronunciou sobre a regulamentação, e o leilão das frequências necessárias, previsto para o ano que vem, é motivo de uma intensa disputa de bastidores. Na verdade, o Brasil inverteu as prioridades nessa área. O Plano Nacional de Banda Larga seria muito mais rápido e barato se tivessem sido definidas antes as regras para uso do 4G. No entanto, briga-se ainda para instalar conexões de até 256Kbps – que nada têm de banda larga – nas pequenas cidades do interior.

Mas esse é o Brasil… Este artigo traz uma boa síntese a respeito.

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