Quando escrevi aqui, ontem, sobre a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, ainda não tinha visto a última pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) referente ao balanço importações x exportações. Pela enésima vez, o setor se queixa da concorrência “desleal” dos produtos importados, incluindo aí 21 segmentos, entre 27 analisados. Os que registraram maior crescimento foram os de produtos ópticos, eletrônicos e de informática. Diz a CNI que 19,8% (ou quase um quinto) de todos os produtos industrializados consumidos no país vem de fora. E mais: os insumos – matérias-primas, máquinas e componentes usados na indústria – bateram recorde em 2011, com 21,7% de tudo que as empresas compraram vindo do Exterior.

As queixas são as já tradicionais: supervalorização do câmbio, infraestrutura deficiente, juros altos… Um motivo agora acrescentado é a guerra fiscal entre os estados em torno do ICMS, que o governo federal simplesmente não consegue controlar. A disputa entre Manaus e São Paulo (ou entre Norte e Sul) realmente não ajuda em cada a destravar a economia, mas não é o ponto central. O país precisa decidir se quer ou não se inserir na economia globalizada. Se sim, é preciso esquecer todo tipo de protecionismo, que é o que no fundo desejam os empresários. A desastrada sobretaxação aos veículos importados é apenas mais um (péssimo) exemplo. Sobre a baixa produtividade, até agora a CNI não se pronunciou.

Só está faltando a entidade defender a volta da reserva de mercado, como tínhamos na informática até os anos 1980. Será que alguém tem saudades dessa época?

 

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