TV-on-tabletDesde que os tablets surgiram, há três anos, é comum alguém dizer que esses aparelhos irão roubar audiência da TV. Os mais empolgados chegaram a afirmar – e escrever – que, finalmente, o telespectador iria “se libertar” da ditadura das redes de televisão. Nunca acreditei nessas previsões, que lembram o poema “Quadrilha”, de Drummond: “João amava Teresa que amava Raimundo…” Adaptado para a evolução tecnológica, seria algo como: “A internet acabou com a TV, que acabou com o cinema, que acabou com o teatro…”

Como se sabe, nada acabou (até os discos de vinil, cuja morte foi decretada quando surgiu o CD, voltaram). E querem saber mais? Os tablets estão aumentando a audiência da TV. O YouTube, que na prática é hoje a maior rede de televisão do planeta, induz as pessoas a procurarem cada vez mais conteúdos de vídeo. E, apesar de todas as críticas às emissoras, grande parte dos melhores conteúdos estão justamente nos canais de TV, especialmente TV fechada.

Não sou eu quem está dizendo. Um estudo divulgado recentemente pela NPD DisplaySearch, dos EUA, mostra que 85% dos usuários de tablets e 65% dos que possuem smartphones assistem nesses aparelhos a programas de TV. “Mesmo assim, as vendas de TVs a partir de 30 polegadas não estão sendo afetadas”, diz Riddhi Patel, diretor da NPD. Os usuários, segundo ele, se queixam que é incômodo assistir a filmes e programas longos num tablet, por exemplo. Além disso, têm consciência de que, para ver imagens de melhor qualidade, é preciso recorrer ao TV.

Os pesquisadores dizem ter feito 15 mil entrevistas em 15 países. Nos emergentes (são citados Brasil, China e Índia), a porcentagem dos que assistem a conteúdos de TV nos tablets e smartphones chega a 72%! E os adeptos da chamada “segunda tela” (usar esses aparelhos enquanto assistem TV) já são 88%, na média internacional.

Conclusão dos patrulheiros da TV: a “ditadura” vai continuar.

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