Não foi muito divulgado, mas na semana passada o Ministério da Justiça notificou as operadoras Vivo, Claro, Tim e Oi, pedindo esclarecimentos sobre a decisão de cortar a internet dos usuários de celular que atingirem suas franquias de dados. O pedido vem do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, que pelo visto está atrasado: há meses que as operadoras vinham anunciando a mudança, primeiro para seus clientes de planos pré-pagos e agora (a partir deste mês) também para os pós-pagos.

Tecnicamente, a medida faz sentido: para preservar o serviço a todos os assinantes, admite-se cortar daqueles que se excedem “estourando” a franquia. Até agora, estes tinham reduzida sua velocidade de conexão, mas as operadoras alegam que isso não vem sendo suficiente. O tema rende uma boa discussão.

Se o mercado de telefonia celular estivesse (pra valer) em regime de livre competição, bastaria ao usuário insatisfeito trocar de operadora. O problema começa quando as quatro empresas trabalham em conjunto, adotando a restrição praticamente ao mesmo tempo.

Na prática, a tal notificação não muda nada: as empresas começam a cortar o sinal a partir desta segunda-feira. Seria interessante, pelo menos, que a Anatel e o Ministério das Comunicações opinassem a respeito. Mas parece que ambos nada têm a ver com a questão.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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