RioA Olimpíada Rio 2016, evento que o mundo inteiro aguarda com expectativa, tem tudo para entrar na História. Problemas de organização, infraestrutura deficiente e custos inflacionados são esperados, e a conta será paga pela população brasileira. Não vou falar sobre os aspectos esportivos, dos quais conheço muito pouco, mas com certeza na área de tecnologia serão dados enormes saltos (sem trocadilho) no evento.

Na semana passada, a OBS (Olympic Broadcasting Services), empresa contratada pelo Comitê Olímpico Internacional para cuidar de todas as transmissões em rádio e TV do evento, divulgou um detalhado relatório sobre as inovações tecnológicas que serão adotadas nos Jogos. Será literalmente a maior Olimpíada de todos os tempos, com 42 modalidades disputadas em 32 locais diferentes (não apenas no Rio), e atletas representando 206 países; uma outra empresa, chamada Atos, será responsável pela distribuição dos dados referentes às competições, e promete fazer isso em tempo real para cerca de 6 bilhões de pessoas.

Voltando à OBS, os sinais serão transmitidos de cada estádio ou ginásio para uma central, localizada na Barra da Tijuca, e daí enviados para as emissoras que adquiriram os direitos, em 220 países. Serão mais de 7 mil horas de transmissão ao vivo, com vídeo em HD (1080i) e áudio em surround 5.1 canais. Além das competições, haverá câmeras espalhadas por vários pontos do país, produzindo imagens ilustrativas com essa mesma qualidade.

Mas esses serão os sinais, digamos, oficiais. Em paralelo, equipes da rede japonesa NHK estarão em ação para captar imagens olímpicas em resolução 8K (Super Hi-Vision). Pouquíssima gente terá acesso a esses sinais, pois os receptores 8K só são vendidos hoje no Japão, e a preços da ordem de US$ 130 mil!!! A tecnologia 8K SHV atinge resolução 16 vezes mais alta que o atual Full-HD: 7.680 x 4.320 pixels. E, como já aconteceu na Copa 2014, os japoneses usarão transmissores de “áudio 3D”, com 22.2 canais.

Segundo a OBS, serão registradas 130 horas de conteúdos desse tipo, mas não de todas as modalidades, somente natação, judô, atletismo, futebol e basquete – além, é claro, das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos. Para algumas emissoras, será fornecido também sinal 4K, convertido a partir do 8K (downconverted).

Vale lembrar que o Japão decidiu “pular” o padrão 4K nas transmissões de televisão, apostando que vale mais a pena investir no 8K. Seu plano é usar a Rio 2016 como plataforma para lançar oficialmente as transmissões em 8K na Olimpíada de 2020, que será realizada em Tóquio.

camera 360

 

Outra novidade que será testada nos Jogos do Rio é a realidade virtual (VR). Usando óculos 3D, o usuário poderá assistir às competições como se estivesse “dentro do estádio”, ao lado dos atletas. Serão usadas câmeras do tipo 360 graus como essa da foto, que também foram testadas na Copa de 2014 e nos Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia (2014), e de Lillehammer (Noruega), este ano.

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