O número de residências com acesso à TV por assinatura não sobe, mas a audiência dos canais pagos nunca esteve tão alta. Uma pesquisa do Ibope Media, divulgada nesta sexta-feira pela ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), revela que no primeiro trimestre deste ano chegou a 2,2 milhões o total de pessoas sintonizadas nesses conteúdos; a audiência média era de 1,08 milhão de telespectadores em 2013. Vejam o gráfico:

grafico abta

Quem for verificar os dados oficiais da Anatel sobre venda de assinaturas pode se assustar. Com a crise, o total de domicílios atendidos era de 19,765 milhões em março do ano passado, e agora caiu para 18,952 milhões. Muita gente cancelou o serviço, ou não está conseguindo pagar a mensalidade. A maior queda se deu no segmento de satélite (DTH): eram 12 milhões de assinantes no primeiro trimestre de 2015, e este ano foram 10,9 milhões. As operadoras de cabo conseguiram aumentar sua participação, mas muito pouco (de 7,630 para 7,857 milhões), não incluídas aí as instalações com fibra óptica (FTTH), que somam 180 mil – estatísticas mais detalhadas estão no site da consultoria Teleco.

Tudo se explica, claro, pela economia: foi no DTH que se registrou o maior salto da TV paga no Brasil, nos hoje saudosos anos 2008-2012. A Classe C, e parte da Classe B, teve que dar um freio nas despesas domésticas. Mas, pelo visto, as programadoras não podem se queixar, pois estão roubando audiência da TV aberta. “O tempo de permanência do telespectador dos canais pagos vem crescendo a cada ano”, garante Roberto Nascimento, vice-presidente da Discovery e diretor da ABTA.

Junte-se a isso o fator mobilidade: operadoras e programadoras estão distribuindo cada vez mais seus conteúdos em plataformas móveis, e isso com certeza ajuda a manter a fidelidade do público.

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