Começo de ano é sempre época de ir ao cinema, mesmo para quem se habituou a a ver tudo no sofá de casa. É quando são lançados os filmes concorrentes ao Oscar, culminando com a entrega dos prêmios que atrai bilhões de pessoas. Alguns dos indicados este ano já podiam ser vistos no streaming no final do ano passado, mas outros precisam mesmo ser apreciados numa tela de cinema.
Foi muito comentada a vitória de Parasita, realmente uma obra-prima escrita e dirigida pelo sul-coreano Bong Joon-Ho (foto), que quebrou um tabu de 92 anos: nunca um filme não falado em inglês havia ganho o prêmio principal. Mas a festa do Oscar e suas repercussões me fizeram voltar no tempo.
Tendo atuado durante anos na cobertura do setor, e acompanhando a cada ano sua evolução, não pude deixar de notar que, desta vez, a quantidade de bons filmes foi de fato expressiva, muito superior à média dos últimos anos. Basta dizer que, dos nove indicados a Melhor Filme, pelo menos outros quatro poderiam ter vencido: Coringa, 1917, Era uma Vez em Hollywood e Ford vs Ferrari. Há muitos anos isso não acontecia.
Assistindo à premiação pela TV, lembrei-me de tantos discursos piegas do passado e notei que vários dos premiados aproveitaram a ocasião para exaltar a tolerância, a solidariedade, a defesa do meio ambiente e os valores democráticos, tão contestados ultimamente. Ponto para Hollywood.
E, por fim, senti muita falta do velho amigo Rubens Ewald Filho, que nos deixou em junho passado. Foi a primeira cerimônia do Oscar nos últimos 35 anos sem a presença dele. Vendo e ouvindo o show de desconhecimento dos comentaristas deste ano, deu mais saudade ainda.
Parasita foi um bom filme… só!Não merecia ,deforma alguma,o Oscar de melhor filme…