Num país onde Educação nunca foi prioridade, e onde o ministério da área se omite em meio à maior crise educacional da história, nunca será demais saudar as iniciativas do Todos pela Educação. Fundada em 2006 por um grupo de empresários, e sem qualquer vinculação com governos, essa instituição se mantém apenas com doações privadas. Promove estudos, reúne cientistas e pesquisadores, organiza eventos, distribui material técnico aos profissionais de ensino, associa-se a entidades internacionais e – talvez o mais importante – monitora as ações dos governantes (presidente, governadores, prefeitos, secretários, parlamentares) no setor.
Notem que grande parte dessas atividades poderia ser otimizada (ou talvez nem fosse necessária) se o país tivesse, de fato, um Ministério da Educação digno do nome. Infelizmente, não tem, e não é de hoje. O que explica em larga medida os resultados pífios de nossos estudantes – e também dos professores – em rankings mundiais de desempenho, inclusive quando comparados com países muito mais pobres. Arrisco-me a dizer que, nestes 14 anos, o TpE fez mais pela Educação brasileira do que todos os ministros do período somados. A propósito, vejam esta entrevista da presidente-executiva Priscila Cruz.
Pois bem. Vem aí mais uma iniciativa do Todos: nos próximos dias 22 a 26 de junho, acontece o encontro online A Educação Básica no Novo Cenário: Adaptação e Transformação, que reunirá alguns dos maiores especialistas do país para discutir os impactos da COVID-19, que forçou a suspensão das atividades escolares, sobre os milhões de alunos e professores do ensino fundamental e médio. Um tema sem dúvida gravíssimo e que exige respostas urgentes, se é que a sociedade brasileira se incomoda com o futuro de seus filhos e netos.