No já longo histórico de idas e vindas da Oi como empresa de telecomunicações, mais um capítulo acaba de ser concluído. A empresa vendeu toda a sua carteira de clientes de TV via satélite (DTH) para a Sky, que no segmento era sua grande rival. Como contrapartida, a Sky – que hoje pertence ao grupo argentino Werthein, dono da holding Vrio – se compromete a utilizar (pagando) a infraestrutura de IPTV da Oi, concentrada na InfraCo (agora rebatizada V.Tal), que detém a maior malha de fibra óptica do país (mais de 400 mil quilômetros).

Parece o tipo do negócio ganha-ganha. A Oi tem atualmente cerca de 1,740 milhão de assinantes do serviço DTH; além disso, irá repassar à Sky seus atuais 80 mil clientes do serviço OiTV, que utiliza conexão IPTV. Isso irá custar à Sky um valor irrisório (R$ 20 milhões), sendo que no ano passado a Oi saiu do setor de telecomunicações móveis vendendo essa operação para suas três maiores concorrentes: Claro, Vivo e Tim. Valor do negócio: R$ 15,92 bilhões.

Como se vê, os números são no mínimo confusos. Aliás, a Oi também vendeu um pedaço da InfraCom ao grupo financeiro BTG, por incríveis R$ 12,9 bi. Claro que todos esses acordos terão de passar pelo crivo do CADE e da Anatel, sem contar eventuais disputas judiciais – o processo de recuperação judicial da Oi continua na Justiça, com previsão de conclusão somente em 2024!

E pensar que, lá atrás, ainda no governo Lula, a Oi estava entre as “campeãs nacionais”, consumindo bilhões em financiamentos do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, dinheiro esse que, como se sabe, evaporou.

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