O mercado mundial de assistentes de voz irá aumentar de US$ 2,9 bilhões em 2022 para US$ 22.2 bilhões em 2030. Quem afirma é a consultoria americana Vantage Market Research, que levantou dados em todos os continentes sobre o uso crescente dessa tecnologia. Para quem se interessar, o estudo pode ser verificado neste link.

Trago essa informação aqui a propósito de uma visita que fiz esta semana à Casa Alexa, recentemente inaugurada em São Paulo com o objetivo de demonstrar na prática os benefícios do assistente da Amazon. Segundo a empresa, já foram vendidos em todo o mundo mais de 500 milhões de dispositivos contendo Alexa, plataforma que cresceu 35% no ano passado. Não foram divulgados dados específicos sobre o mercado brasileiro, mas a julgar pelo que se vê em casas e lojas pelo país afora, o sucesso é inegável.

Na Casa Alexa, montada numa mansão no bairro do Morumbi, o visitante pode fazer um tour pelos vários ambientes, todos equipados com o assistente de voz. Da cozinha ao banheiro, da suíte ao quarto do bebê, passando pelo home theater, home office, sala de jantar etc., tudo pode ser acionado por voz. Há inclusive um ambiente pensado para inclusão digital: um quarto com cama baixa (foto acima), de onde uma pessoa com limitações físicas pode controlar luzes, temperatura, atender à porta, fazer ligações etc. sem sair do lugar.

A Amazon informa que na casa há mais de 100 dispositivos conectados, entre lâmpadas, fechaduras, TVs, câmeras e cortinas smart, de diversas marcas, todos ao alcance de um comando de voz. Quem quiser visitar deve enviar mensagem ao email [email protected].

Para viver até 100 anos

Durante a visita, acompanhei um interessante debate entre especialistas sobre etarismo e o impacto de tecnologias como os assistentes de voz para o público sênior. É um tema super atual, e já abordado aqui, levando em conta o aumento da longevidade média das populações. Além de representar um mercado consumidor gigantesco, muitas pessoas acima de 60 anos se mantêm produtivas em suas profissões e precisam da tecnologia para contornar certas limitações físicas.

“Quem tem 50 a 60 anos hoje provavelmente viverá até os 100”, exemplificou a arquiteta Virginia Rodrigues, que há duas décadas vêm projetando casas e apartamentos para esse segmento. “Uma moradia hoje tem de ser projetada pensando nos próximos 25 anos, para proporcionar segurança, conforto e praticidade a essas pessoas”, acrescentou ela, citando clientes de idade mais avançada que estão conseguindo ter uma qualidade de vida melhor graças às novas tecnologias. Veja o blog Casa Inclusiva.

Até a receita médica vira por voz

Voltando à pesquisa da Vantage, em países como EUA, Canadá, Índia e Japão os assistentes de voz estão servindo a uma série de inovações da área de saúde. Esse é hoje o segmento que mais cresce em receitas para fabricantes como Apple, Google e a chinesa Baidu, além da própria Amazon, todas investindo forte nos assistentes.

Pode parecer banal para quem não tem nenhuma deficiência física, mas basta um exemplo citado pelos pesquisadores para avaliar o impacto dessa tecnologia: a velha receita médica, escrita à mão com aquela caligrafia que às vezes nem o próprio autor entende, pode agora ser tranquilamente aposentada. A receita é passada pelo médico por voz, via assistente, e o usuário pode configurar sua Alexa, Siri ou Google para repassar diretamente à farmácia mais próxima, que virá entregar os medicamentos em casa.

Para quem trabalha com projetos arquitetônicos ou de automação residencial, eis aí uma excelente oportunidade de alavancar seus negócios.

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