Nesta 2a feira, vimos pela primeira vez no Brasil a TV OLED LG Z3, com resolução 8K. Deve ser lançada no segundo semestre, provavelmente a um custo inacessível para a maioria dos consumidores. Claro, será mais um produto de nicho, em meio à enorme variedade de modelos que a empresa coreana apresentou, voltados a todo tipo de público. O mesmo aconteceu semanas atrás, no evento da Samsung: 8K cada vez mais é uma TV para um consumidor ultra seleto.

As duas empresas rivais seguem no sentido oposto ao da chinesa TCL, que prefere se concentrar nas ainda inexploradas possibilidades do 4K. Como sabemos, a oferta de conteúdos em 8K continua sendo limitada, embora esteja aumentando, e para a maioria das pessoas é difícil enxergar na tela os benefícios de uma resolução tão alta, quando comparada com as TVs 4K de ponta. Mas, atenção: isso está mudando.

Graças à Inteligência Artificial (sempre ela…), as TVs 8K 2023 representam um salto de qualidade inimaginável até alguns anos atrás. Um exemplo é o recurso de conversão de conteúdos SDR (Standard Dynamic Range) para HDR (High Dynamic Range), sistematizado pela Dolby (vejam aqui) e que os principais fabricantes vêm adotando. A Samsung chama de “remasterização SDR para HDR”, potencializada pelo uso das chamadas “redes neurais” no novo processador Neural Quantum 8K.

Algoritmos fazem a releitura do brilho e das cores

Na prática, são algoritmos atuando sobre o sinal SDR que, apesar de se falar tanto em HDR, segue sendo o tipo de imagem mais comum em nossas telas. Esses algoritmos executam o que tecnicamente é chamado tone mapping, uma espécie de releitura das cores de cada cena do filme. Trata-se de um verdadeiro prodígio tecnológico, considerando a quantidade de variações de tons numa superprodução como, só para citar um exemplo, Avatar.

Como a reprodução das cores é afetada diretamente pelos níveis de brilho em cada cena, esse “mapeamento de tons” é realizado em processos que mudam conforme o tipo de sinal: um super filme gravado ao ar livre, uma cena multicolorida em estúdio, uma perseguição à noite, um telejornal, um jogo de futebol e assim por diante. Filmes antigos, em cor ou P&B, podem assim ser retrabalhados para dar ao espectador uma melhor percepção de profundidade e realismo.

Apesar das restrições impostas pela Europa, como explicamos aqui, a 8K Association – consórcio que reúne empresas como Samsung, TCL, Panasonic e IMAX – aposta na consolidação da resolução 8K no segmento premium (leia-se: telas acima de 65″). O caminho está em parcerias como as que a Samsung firmou no ano passado com a Globo, para a novela Pantanal, e a Amazon, na série Anéis do Poder – este ano haverá outras.

Em seu evento, a Samsung anunciou ainda que suas TVs 8K 2023 darão acesso direto a conteúdos do YouTube em 8K – já são mais de 2.400 vídeos disponíveis, segundo a empresa. E vêm aí os games em 8K, graças às novas placas de vídeo AMD e Nvidia, que no futuro poderão ser acessados na nuvem, sem necessidade de console.

2 thoughts on “Uma nova visão sobre TVs 8K

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