O que se pode depreender quando o presidente de uma empresa diz: “Estamos preparados para vender a divisão de TVs, mas ainda não decidimos”? Pois foram exatamente essas as palavras de Yuki Kusumi, chefão do grupo Panasonic, durante a apresentação do balanço 2024 na semana passada. Segundo o site asia.nikkei.com, o executivo disse ainda que “até agora nenhuma corporação demonstrou interesse, mas continuamos explorando todas as opções”.

Se a ideia era atrair compradores, suspeito que o tiro sairá ao contrário – ou, pelo menos, limitará muito as chances de uma boa negociação, sejam quais forem os interessados. Embora continue sendo uma marca respeitada (sua TV mais recente, a OLED da foto, foi uma das mais elogiadas na CES, em janeiro), a Panasonic vem sofrendo dos mesmos males que acometeram outras gigantes japonesas nos últimos 15 anos (Sony, Toshiba, Sharp, JVC, Hitachi e Pioneer são bons exemplos).

Sem conseguir competir com coreanos e chineses na questão dos preços, a Panasonic tem dedicado mais investimentos a setores como energia, sistemas automotivos e componentes industriais. Em sua fala a investidores, mr. Kusumi-san prometeu “medidas drásticas” até o fim do próximo ano fiscal, que se encerrará em março de 2026.

Após abandonar a produção própria de TVs, negócio que iniciou em 1952 como Matsushita, a Panasonic encerrou operações em países como o Brasil em 2021 (estava desde 1981). No ano passado, surpreendeu todo mundo ao anunciar sua volta ao mercado americano, onde comercializa somente modelos premium (vejam aqui). Em 2022, surgiram boatos de que poderia sair uma composição com a TCL, mas o assunto parece ter esfriado. Quem sabe seja retomado agora.

 

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