Panasonic agora se une à TCL

Comentamos aqui semana passada, com grande repercussão, a notícia de que a Onkyo havia entrado com pedido de falência (já houve alguns desdobramentos – vejam neste link), mas outras tradicionais marcas japonesas também enfrentam dificuldades.

Segundo o site Nikkei Asia, já está tudo acertado para a Panasonic fechar suas fábricas na India e Vietnam, onde produz TVs abaixo de 50 polegadas. Com isso, a chinesa TCL – hoje a a maior fabricante de TVs do planeta – assumiria essas linhas, ficando a Panasonic apenas com os modelos de tela grande.

Na verdade, diz o site, a decisão havia sido tomada já em 2019, quando as perdas com a venda de TVs de baixo custo atingiram níveis inéditospara a tradicional empresa de Osaka. Como em tantos outros casos, ficou insuportável competir com os chineses: em 2020, o market-share da Panasonic caiu de 10% para um constrangedor 1,8% (12^o lugar do mundo, segundo a consultoria especializada Omdia).

Resta que o negócio de TV responde por menos de 10% do faturamento do grupo, hoje focado em segmentos como automação industrial, telecom, saúde e sistemas de energia. Nos últimos três anos, a Panasonic deixou de operar diretamente em países como EUA, Austrália e Brasil, sendo que nos EUA mantém praticamente apenas as vendas de TVs OLED (com painéis fornecidos pela LG).

Não por acaso, o grupo decidiu também abrir mão do disputadíssimo segmento de semicondutores, vendendo suas propriedades nessa área para o polêmico grupo Nuvoton, de Taiwan. Polêmico porque, em 2020, houve na Ásia uma epidemia de receivers defeituosos de marcas como Marantz, Denon e Yamaha – todos usavam chips da Nuvoton. Para quem quiser detalhes dessa encrenca, felizmente superada, este é o link (em inglês).

Em tempo: a foto ao alto é da CES 2008, nos áureos tempos do plasma, em que a Panasonic reinava. O modelo tinha 150 polegadas.