Já mencionamos aqui algumas vezes o site canadense RTINGS.com, especialista em testes detalhados de produtos eletrônicos e a fonte mais confiável para quem quer tirar dúvidas ou comparar marcas e modelos lançados na América do Norte. No início do mês, o site publicou mais uma atualização de sua série de testes que visa avaliar o desgaste dos vários tipos de display. E chegou a uma conclusão que não deixa de ser surpreendente.

Durante três anos, a equipe do site manteve em funcionamento cerca de 100 modelos de TVs OLED, de várias marcas, para verificar o impacto do burn-in, que comentamos aqui pela primeira vez em 2018. Para quem não se lembra, trata-se da “queima” de pixels que provoca retenção das imagens estáticas – partes da imagem permanecem na tela por muito tempo, deixando uma espécie de rastro.

A ideia era submeter essas TVs ao chamado “teste da tortura”. Os aparelhos ficam ligados 24 horas por dia reproduzindo apenas imagens estáticas: logomarcas, retratos de pessoas, paisagens com a câmera fixa, templates de videogame. Após três anos, os analistas do site consideraram que foi como se, numa família com uso médio de 4 horas por dia, tivessem se passado 10 anos.

 

SUPER AQUECIMENTO E IMAGENS DEFORMADAS

Segundo eles, os resultados medidos foram mais do que conclusivos. Sim, parte das 100 TVs OLED registraram burn-in, mas não todas; algumas simplesmente apagaram de vez e foram substituídas. Até aí, nada de novo. O que surpreendeu os técnicos foi que um outro tipo de TV, as LCD com leds nas bordas, conhecidas como Edge-lit, apresentaram desgaste muito maior no mesmo período.

Além de leds queimados, notaram-se detalhes deformados das imagens e desvios de luz que inutilizaram os aparelhos. É bom lembrar que, como no caso das OLED, as TVs LCD foram configuradas para os níveis máximos de brilho, o que fatalmente aquece demais o painel e propicia os defeitos constatados. Mas os problemas começaram a aparecer nas LCD bem antes que nas OLED.

Em seu relatório sobre os testes, a equipe do RTINGS.com explicou que, nas OLED, os problemas foram detectados a partir das 10 mil horas de uso contínuo. “Em alguns modelos LCD com problemas, a deterioração apareceu já com 2.200 horas, o que significa apenas cerca de um ano de uso numa residência americana padrão”, diz o texto.

 

ATENÇÃO NA HORA DA COMPRA

Os técnicos lançaram ainda algumas recomendações para  consumidores e fabricantes. Acreditam que a tendência da indústria de oferecer paineis cada vez mais finos acaba sendo contraproducente quando não há sistemas de dispersão do calor gerado pelos leds. Para quem vai comprar uma TV LCD, a sugestão é que escolham modelos com backlight dos tipos Direct-lit ou FALD (Full-array Local Dimming), em que os leds se espalham pela superfície interna do painel (como na ilustração abaixo) e, com isso, distribuem melhor o calor.

Quanto às TVs OLED, a equipe do RTINGS.com continua avaliando três modelos lançados em 2022 e 23 até completarem as 10 mil horas de uso contínuo. São as LG G2 e G3 e a Samsung S95C. Estão em teste também os monitores Samsung Odyssey OLED G85SB, LG 27GR95QE-B e Dell Alienware AW3423DWF.

Para quem tiver interesse em saber como esses testes são feitos, recomendo assistir a este vídeo.

 

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