
Vale aqui um registro para a 4a edição do HOME THEATER WORKSHOP, que realizamos há duas semanas. Em vez do tradicional auditório, o evento aconteceu na sede da Dolby em São Paulo, que vem a ser também o escritório central da empresa para a América do Sul.
Por ali circulam técnicos de áudio, produtores, pesquisadores e até artistas quando estão produzindo seus trabalhos. Passam também representantes das inúmeras empresas e entidades com quem a Dolby mantém parceria, o que inclui emissoras de rádio e TV, gravadoras, produtoras de cinema e vídeo, fabricantes de TVs, caixas acústicas, áudio automotivo…
Por dentro da Dolby
No último dia 5, montamos dois grupos de 15 integradores especializados em home theater e automação residencial para conhecer o espaço e, mais do que isso, entender o que há por trás do trabalho da Dolby. Como se sabe, a empresa foi fundada em 1965 em Londres pelo engenheiro americano Ray Dolby, que anos mais tarde a transferiu para San Francisco, Califórnia. Nesses 60 anos, a Dolby tornou-se a principal referência mundial em sistemas de áudio, graças a seus softwares de processamento, redução de ruídos e aprimoramento sonoro.
Durante a visita, os participantes puderam ouvir explicações sobre cada um dos espaços: duas salas de home theater, sendo uma menor, equipada com soundbar, o que permitiu analisar a questão das reflexões de áudio no teto e nas paredes; uma sala de testes, onde os técnicos da Dolby fazem experimentações junto aos parceiros da empresa; e um estúdio de gravação profissional.
Dolby Atmos e seus segredos
O tema principal das conversas foi áudio imersivo, com as variações do padrão Dolby Atmos, que começou no cinema, depois passou para os sistemas de home theater e hoje está disponível em salas de música, shows ao vivo, transmissões de TV e até automóveis. Foram discutidos temas como tipo, posicionamento, alinhamento e regulagem das caixas acústicas, inclusive as de embutir, cada vez mais usadas nos projetos.
Uma observação pessoal: é curioso que ainda se vêem por aí projetos apresentados como “Dolby Atmos”, só que com todas as caixas embutidas no teto. Geralmente, isso acontece por pressão dos arquitetos, ou mesmo dos proprietários, que desejam um ambiente “clean”. Só que esse padrão estético acaba suprimindo o chamado plano-base proposto pela Dolby, que é a propagação dos sons na dimensão horizontal. Sem caixas de piso, ou pelo menos bookshelf, alinhadas com os ouvidos dos usuários, a experiência imersiva se perde totalmente.
Voltando ao Workshop, outra parte interessante dos trabalhos foi uma apresentação sobre a importância da acústica nos projetos residenciais. Raquel Rossato Rocha, da Giner, uma das consultorias mais requisitadas do país nessa área, trouxe cases de sucesso e demonstrou como as medições e os cuidados acústicos fazem diferença nos ambientes. Um tema que tem tudo a ver com o que faz a Dolby.
Para quem não pôde estar presente, este vídeo mostra o clima dos trabalhos. E em 2026, teremos outros encontros como esse.
