Certas inovações acabam esbarrando em conflitos éticos e sociais que, às vezes, exigem doses extras de bom senso. É o caso das tecnologias de reconhecimento facial, cada vez mais usadas em sistemas de controle de acesso, vigilância e monitoramento. Anos atrás, assisti a uma demonstração em que uma câmera invisível flagrou a cor dos meus olhos a 5 metros de distância (felizmente, era apenas uma demo…)

Mas vejam esta notícia que vem de San Francisco, Califórnia. Esta semana foi aprovada em primeira instância uma lei proibindo o uso na cidade de qualquer dispositivo de reconhecimento facial. Seria a primeira cidade do mundo a fazê-lo, a mesma cidade que abriga milhares de trabalhadores do Vale do Silício, que fica ali do lado. A justificativa é que os benefícios dessa tecnologia não compensam os males que podem ser causados, em termos de “injustiça racial e ameaça a quem quer viver livre do constante monitoramento por parte do governo”.

Os autores da lei se referem, claro, a episódios já registrados em que policiais usaram o recurso para identificar possíveis criminosos e acabaram envolvendo pessoas inocentes com base em preconceitos. Certamente não é um problema fácil de resolver. O projeto ainda precisa ser votado para entrar em vigor. 

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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