Por Chris Tribbey
Eles têm uma presença mais sutil do que os TVs 3D, e certamente são menos badalados que os tablets, mas estão por toda parte. Na última CES, por exemplo, todos os fabricantes importantes exibiam seus modelos. São os TVs conectados, ou “web TVs”, que trazem embutidos os aplicativos (apps) para se conectarem diretamente à internet.
Com seus navegadores internos e suas centenas de aplicativos, a discussão passou a ser a possibilidade de combinar o sistema de home theater com a experiência do computador. Considerem: em 2010, menos de 25% dos TVs de alta definição eram capazes de se conectar à web, de acordo com a empresa de pesquisas Parks Associates; em 2015, esse número será de 76% (mais de 150 milhões de aparelhos), diz a mesma empresa, que também faz outra previsão impressionante: daqui a quatro anos, mais de US$ 8 bilhões serão gerados em transações utilizando aparelhos conectados à internet, incluindo jogos online, streaming de vídeo, compras e video-on-demand.
Ainda há especialistas questionando essa tendência, como Colin Dixon, sócio da empresa de pesquisas de mercado The Diffusion Group. “Vi muitos TVs sendo chamados de ‘inteligentes’ na CES, mas não sei se essa palavra está sendo adotada corretamente”, diz ele. “Por que alguém irá comprar um TV desses se pode, gastando bem menos, adquirir um acessório como o conversor Roku (US$ 60, nos EUA), capaz de se conectar à internet e jogar o sinal para qualquer televisor”.
Já outro expert no assunto – Will Richmond, presidente da consultoria Broadband Directions e editor do site VideoNuze – acha que os novos players Blu-ray podem substituir esses conversores a curto prazo. “Os fabricantes desses TVs tão caros devem estar desconcertados com a crescente capacidade dos players”, diz ele. “Até mesmo modelos abaixo dos US$ 100 já são capazes de acessar a internet, substituindo com vantagens conversores como o GoogleTV”.
No entanto, há uma diferença importante: o conversor Revue, da Logitech, usado na plataforma GoogleTV, assim como alguns TVs da Sony e da Philips, oferecem um navegador de verdade, e não apenas o acesso a alguns aplicativos. Essa possibilidade, ainda não explorada por outros fabricantes, causa certa confusão até mesmo entre os especialistas. Na verdade, o GoogleTV acabou não sendo demonstrado na CES, a pedido da própria Google. “Infelizmente, cada fabricante está buscando sua própria plataforma”, diz Ben Drawbaugh, editor do site Engadget. “Os desenvolvedores não vão querer criar um aplicativo diferente para cada marca”.
James Segars, fundador do site Pixljunkies, entusiasta de home theater e produtor independente, acha que a plataforma GoogleTV ainda tem que mostrar exatamente seu potencial. E concorda com os players Blu-ray e os jogos online estão ganhando terreno. “O problema ainda é a diversidade de plataformas e a falta de uma padronização nos aparelhos, na conectividade e também nos apps”, diz ele. “O PlayStation 3 utiliza a rede PSN, mas também aceita Vudu, Netflix e Hulu; o Xbox 360 por enquanto só tem Netflix e Zune. O ideal seria ter todos os aplicativos e serviços num só aparelho”.
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