Nos últimos dez anos, governo e empresas da China investiram cerca de US$ 80 bilhões no Brasil. Os números assustam os mais conservadores: o medo do que isso possa significar no futuro para a chamada “soberania nacional” equivale ao que se ouvia, anos atrás, sobre as “multinacionais”, em particular as americanas. Aqui mesmo no mercado de eletroeletrônicos, é comum é grita contra essa “ameaça”, inclusive agora que o presidente Temer foi à China em busca de investimentos. Aqui, um bom exemplo.

Esta semana, um artigo do especialista Tulio Cariello no site brasileiro do jornal El País analisou o tal “medo da China”, lembrando que os laços entre os dois países há anos são bem mais fortes do que se pensa. Na verdade, não é só o Brasil: os chineses avançam em várias regiões do mundo, especialmente aquelas onde os ativos são mais baratos. Vêm crescendo na África, América Latina e em países menos desenvolvidos da Ásia. Souberam aproveitar a crise americana/européia e pretendem continuar esses movimentos.

Aqui, têm investido em fusões, aquisições e joint-ventures nas áreas de agronegócio, energia e tecnologia. Não será surpresa se ficarem também com um bom pedaço na futura privatização da Eletrobrás, o que já arrepia os cabelos de muita gente, como se vê neste link.

Não é coincidência que, como citamos aqui recentemente, as operadoras brasileiras de telecom fizeram chegar ao governo sua preocupação com a possibilidade de uma concorrente chinesa assumir o controle da Oi. Aliás, essas coisas nunca são coincidência. Mais detalhes aqui.

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