A notícia da venda da NetMovies a um fundo de investimento americano, pelo valor de R$ 11,1 milhões, divulgada entre o Natal e o Ano Novo, pode fazer replicar no Brasil uma tendência que já é realidade nos EUA. Aqui, todos os indicadores são de que a maioria das pessoas que estão comprando TVs com acesso à internet querem mais é ver vídeos do YouTube na tela grande – o que, dependendo do caso, pode ser uma gelada; a má qualidade de alguns vídeos ganha ainda mais destaque conforme se aumenta o tamanho da tela. Serviços muito mais úteis, como a locação de filmes, por exemplo, ainda são desconhecidos da maioria dos usuários. Além da NetMovies, também a Saraiva Digital oferece essa comodidade.
Já nos EUA, um dos grandes fenômenos do momento é a Netflix, que começou em 1997 como uma videolocadora e percebeu antes das outras que o segmento iria passar por uma grande transformação. Abriu o serviço de locação online e hoje é avaliada em US$ 8 bilhões, com mais de 10 milhões de usuários e seu fundador, Reed Hastings, sendo aclamado como um dos grandes visionários da década. A NetMovies copiou o modelo da Netflix e – agora com investimento estrangeiro – pode se dar bem no Brasil. O fundo Tiger Global, que bancou a compra, já havia adquirido duas outras empresas de sucesso no País: a Elemídia – que vende publicidade em mídias eletrônicas alternativas – e a Netshoes, loja online de material esportivo.
Há quem diga que, a médio prazo, os serviços prestados através dos TVs conectados irão roubar audiência das emissoras convencionais. A conferir.
Orlando Barrozo
Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.
