Ainda a propósito do comentário que fiz ontem aqui sobre os limites da mídia, deixei de mencionar o caso da repórter Andrea Michael, da Folha de S.Paulo, que foi a primeira a denunciar o escândalo envolvendo os megaempresários Daniel Dantas e Naji Nahas. A partir das informações colhidas por ela, em abril, o caso ganhou nova dimensão, desembocando nas prisões dos últimos dias. Andrea teve sua prisão solicitada pela Polícia Federal para “prestar esclarecimentos” sobre os dados que possui e que podem ser valiosos na investigação. O jornal se recusou a liberá-la, alegando sigilo de fonte.

De fato, é uma lei sagrada do jornalismo que as fontes sejam preservadas. Não fosse assim, muitos dos escândalos que a imprensa vem denunciando sequer teriam sido ventilados. O sigilo da fonte foi o principal responsável, por exemplo, pela queda do presidente americano Richard Nixon, nos anos 70, devido ao chamado “Caso Watergate”. Mas é preciso ter calma. Será que um cidadão, ainda que seja jornalista, tem o direito de esconder informações da polícia e, com isso, contribuir para acobertar criminosos?

É o que me parece estar acontecendo, no caso. O que você acha?

Este texto ajuda a entender um pouco a questão.

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