Que eu saiba, nenhuma cidade do mundo conseguiu ainda oferecer conexão de banda larga gratuita a toda a sua população. Sabemos da experiência do Rio de Janeiro, onde o bairro de Copacabana acaba de ser premiado com a novidade, mas ainda é preciso ver como (e se) funciona. Amigos cariocas, algum comentário a respeito? Há também cidades como Filadélfia (EUA), Zurique (Suíça) e Berlim (Alemanha), onde as respectivas prefeituras fizeram projetos-piloto, sobre os quais não tenho informações detalhadas.

Agora, vem a promessa da candidata Marta Suplicy de oferecer banda larga grátis a toda a população de São Paulo. Não estou inventando: está nos anúncios de campanha e nas entrevistas da candidata. Gostaria de poder voltar ao assunto daqui a, digamos, quatro anos para dar os parabéns à Prefeitura por essa façanha. Mas mal consigo acreditar que seja possível fornecer internet (qualquer internet) à parte da população mais privilegiada; quanto mais banda larga, e ainda de graça, a todo mundo.

Bem, como se sabe, em época de eleição no Brasil vale tudo. Até mesmo prometer o impossível. Partindo de quem parte, a promessa soa ainda mais bizarra e demagógica. Banda larga, como todo serviço público que depende de tecnologia e investimentos, não pode – acho que nem deve – ser de graça. Aliás, nunca é de graça. Alguém tem que pagar a conta. Só é de graça mesmo na boca de políticos irresponsáveis.

Espero sinceramente que o eleitorado não acredite nessa.

Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH e AUDIO PLUS. Atualmente, dirige o site HT & CASA DIGITAL. Gosta também de dar seus palpites em assuntos como política, economia, esportes e artes em geral.

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