Falando em Panasonic, na pesquisa que fiz sobre empresas japonesas – cujo resultado será publicado em novembro – chama atenção o papel desempenhado por Konosuke Matsushita, fundador do grupo que leva seu sobrenome e que recentemente passou a se chamar Panasonic. A vida desse homem daria um filme. Ao lado de Akio Morita, o fundador da Sony, ele foi o grande responsável pelo salto de qualidade da indústria eletrônica japonesa no pós-guerra.

Morita foi, sem dúvida, um gênio do design e da engenharia, mas Matsushita foi um dos empresários mais inventivos e pró-ativos que já existiram. Notem que já em 1927 ele criou jornais internos para se comunicar com seus funcionários, clientes e fornecedores. Uma ousadia para a época. Na década de 30, estruturou sua empresa em divisões, dando mais poder aos gerentes, e estabeleceu a prática – hoje comum – dos programas de treinamento, algo tido na época como “perigoso”. Afinal, empregados bem treinados poderiam sair da empresa e ir trabalhar em concorrentes!

Mais tarde, a Matsushita foi a primeira a criar centros de pesquisa e desenvolvimento fora das fábricas, em ambientes dedicados; estruturar planos de negócios de longo prazo; e montar uma rede de assistências técnicas autorizadas, algo que até então ninguém tinha pensado.

Tudo isso pode parecer simples, aos olhos de hoje. Afinal, muitas empresas fazem essas coisas. Mas pense como era o mundo há 40, 50 anos atrás. Pois é, Matsushita pensou nisso antes. E deu no que deu. Hoje, a Panasonic é um dos maores grupos industriais do mundo. E colhe os frutos das idéias de seu fundador.

Para quem se interessar, existem em sebos dois livros escritos pelo sr. Matsushita que valem mais do que uma centena de livros de auto-ajuda: “Administração, Decisão e Responsabilidade” e “Não Vivemos Somente pelo Pão”. Procure no site Estante Virtual.

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