Venho acompanhando há meses a crise que ataca a Circuit City, segunda maior rede de lojas de eletrônicos dos EUA (a primeira é a BestBuy). Dá pena. Com cerca de 700 lojas espalhadas pelo país, a empresa acumulou dívidas tão altas que agora, diante da crise financeira americana, deve ser obrigada a pedir concordata. Ou, pior, falir.

Esta semana, analistas financeiros divulgaram relatórios prevendo que a entrada no chamado Capítulo 11, que se refere a falências e concordatas na lei americana, não deve passar do primeiro trimestre de 2009. Bom para a BestBuy, que provavelmente vai herdar mais clientes da concorrente, mas péssimo para o mercado em geral. Segundo esses especialistas, por enquanto a Circuit City ainda conta com a boa vontade de fabricantes que são seus credores. Ninguém quer ver uma empresa dessas quebrar. Mas basta que um deles rompa a corda para os outros irem atrás. E aí, adeus.

Para dar uma idéia do que representa a quebra da Circuit City, basta um número: no último trimestre, as vendas da rede caíram 10,7%. Isso equivale mais de US$ 200 milhões!!! Recentemente, a revista Twice publicou levantamento sobre as contas da empresa e seus planos de recuperação, após a queda do CEO Paul Schoonover (leia aqui). Havia até a idéia de tentar uma fusão com outra rede de médio porte, mas diante da falta de capital no mercado, isso foi descartado. Optou-se por incentivar as promoções e fazer os clientes permanecerem mais tempo nas lojas, para tentar salvar parte do estrago neste final de ano. Mas, a essa altura, poucos acreditam que dê certo.

Fico me perguntando o que aconteceria se fosse no Brasil. Já imaginaram a quebra de uma das nossas grandes redes? Talvez levasse muitos fabricantes também para o fundo do poço. Aliás, isso já aconteceu aqui na década de 90, quando as principais redes quebraram, lembram-se? Mappin, Casa Centro, G.Aronson… Lembro do desespero de alguns executivos da indústria, que tinham milhões em mercadorias empenhadas com esses clientes e viram tudo evaporar. Hoje, parece, a situação é bem diferente. Mas nunca é demais analisar o que acontece lá fora.

Para entender melhor por que uma empresa tão bem-sucedida está indo para o buraco, leia este artigo.

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