Não pude votar no primeiro turno, porque estava fora do País, mas neste domingo com certeza estarei lá. Como manda a lei eleitoral, fui hoje me justificar. E acumulei mais uma prova do descaso com que o Estado trata seus contribuintes.

A orientação era que eu poderia fazê-lo em qualquer distrito eleitoral. Escolhi o mais próximo, mas quando cheguei lá a história era um pouco diferente. Para registrar minha justificativa ali, eu teria de pagar uma multa de… R$ 3,50. Isso mesmo: três reais e cinqüenta centavos. Os quais tive que ir pagar num lotérica, já que não havia banco por perto. De volta ao distrito eleitoral, esperei cerca de meia hora para que me dessem um pedaço de papel com o meu “perdão” por não ter votado no dia 5.

Ao meu lado diante do guichê, uma senhora tentava se explicar que não votou porque estava numa “praia deserta” e não havia nenhuma cidade por perto; e um casal dizia ao atendente que não votou, embora estivesse em São Paulo, simplesmente “porque não deu”. O veredicto, nos dois casos, seria dado por um juiz eleitoral. Não tenho a menor idéia de qual será a punição (se é que haverá), mas saí de lá pensando: que diferença faz para a Justiça Eleitoral a minha multa de R$ 3,50? Aliás, por que tenho de pagar multa se tive um bom motivo para não votar e estou aqui, me justificando? E para aqueles que não votaram porque não quiseram, de quanto serão as multas? R$ 5,50? R$ 10,50?

É assim que a “burro-cracia” brinca com a nossa paciência.

1 thought on “Abaixo a “burro-cracia”

  1. Caro Orlando, se não fosse a “burro-cracia” onde o atual governo colocaria tantos companheiros e parentes de deputados que os apoiam no congresso?

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