A propósito do comentário anterior, o colunista Celso Ming, do Estadão, vem alertando para essa questão da ajuda pública a empresas em dificuldades. Lembra ele que esse assunto já está gerando o primeiro conflito na transição entre os governos Bush e Obama, nos EUA. Bush é contra ajudar as montadoras de automóveis, ainda que a mais ameaçada seja a GM, a maior de todas; Obama, que teve em sua campanha forte apoio dos sindicatos da região de Detroit, onde se concentram as fábricas de automóveis, quer a todo custo encontrar uma solução.

O problema é que, se o governo ajudar a GM, terá uma fila quilométrica de empresas, de vários setores, querendo o mesmo tratamento. E aí não há dinheiro que chegue. Como lembra Ming, tudo acaba desembocando na questão política. No Brasil, os recentes pacotes de ajuda anunciados por Lula e pelos governadores de São Paulo e Minas têm a ver com as eleições de 2.010. Nos EUA, como as eleições já passaram, tudo terá que passar pela análise do Congresso. Este quase não aprova a ajuda aos bancos, que era muito mais importante, e provavelmente criará restrições a ajudar as montadoras.

A diferença, mais uma vez, é que aqui bastará Lula querer e pronto. O Congresso poderá espernear, mas com uma liberação de verbas aqui, outra ali, o problema se resolve. E o contribuinte que pague a conta.

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