Deu matéria até no prestigioso Financial Times: a Casas Bahia acaba de inaugurar sua primeira loja dentro de uma favela. Isso mesmo: a Paraisópolis, segunda maior favela da capital paulista. É, sem dúvida, uma bela jogada de marketing, num momento em que praticamente todo o varejo brasileiro se retrai, com medo da tal crise internacional…

Segundo o jornal inglês, a empresa investiu R$ 2 milhões na loja e pretende inaugurar outras 30 ao longo de 2009, todas direcionadas às classes D e E. O repórter Jonathan Wheatley, autor da reportagem, ficou impressionado ao constatar que os clientes da Bahia aceitam pagar até 4,5% de juros mensais para comprar móveis e eletrodomésticos em dezenas de prestações. E revelou a seus leitores britânicos o segredo do negócio: “Os clientes recebem carnês e assim são obrigados a voltar todo mês à loja, onde acabam comprando sempre”.

Entrevistando habitantes da favela, Wheatley descobriu também que ali quem manda é o PCC, que distribui comida e brinquedos gratuitos à população. “Antigamente, para abrir um negócio na favela era preciso pagar propina ao PCC”, conta um morador. “Agora, o PCC protege os comerciantes, porque sua renda não vem das propinas e, sim, da venda de drogas”.

Um belo retrato do Brasil, que deve estar sendo lido com espanto pelos europeus. Infelizmente, é um retrato verdadeiro (para ler o texto na íntegra, clique aqui).

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