Um debate interessante está acontecendo nos bastidores do Congresso Nacional (quem tiver paciência pode até acompanhar parte das discussões, transmitidas na TV Câmara). Trata-se de uma nova lei que obriga as redes de televisão a ceder, gratuitamente, a autorização para que emissoras públicas transmitam determinados eventos. As redes naturalmente são contra. Mas é curioso observar alguns dos argumentos levantados pelas partes.

Segundo o muito bem informado site Tela Viva News, o projeto trata da cessão gratuita de eventos esportivos envolvendo atletas e seleções que representam o País em competições internacionais, quando esses eventos não são transmitidos pela emissora que detém os direitos. A alegação das TVs públicas é que a Globo, por exemplo, adquire os direitos para determinados eventos mas não os transmite; ou seja, quer apenas impedir que a concorrência o faça. É verdade.

Por sua vez, a Globo alega que existem no País muitas emissoras “pseudo-educativas”, que em vez de transmitirem programação cultural fazem proselitismo político e até vendem publicidade fora da lei. Também é verdade. Essas emissoras teoricamente seriam beneficiadas se a lei for aprovada.

Até aí, todo mundo – parece – está falando a verdade. Mas num dos debates travados esta semana no Congresso, representantes das redes extrapolaram. Marcelo Campos Pinto, da Globo, queixou-se de que os promotores de eventos exigem exclusividade nas transmissões, para forçar o preço para cima. Então, quer dizer que a emissora não transmite sozinha os eventos porque quer, mas porque é obrigada??? Já Eduardo Zebini, da Record, sugeriu que as TVs educativas – que não podem transmitir, por exemplo, Olimpíadas e Copa do Mundo – busquem eventos alternativos, como Universíadas e Jogos do Exército!!!

Francamente, não sei se é para rir ou para chorar…

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