A notícia saiu semana passada no New York Times e pouca gente deu importância: a gravadora Atlantic, que já foi uma das maiores dos EUA e hoje é uma divisão da Warner Music, anunciou uma marca inédita. Mais de metade de seu faturamento hoje vem dos negócios digitais. Leia-se: venda de downloads pela loja iTunes e de ringtones para operadoras telefônicas. Para se ter idéia de como isso é importante, basta dizer que na própria Warner as vendas digitais somam apenas 27% do total.

Desesperados, os executivos da indústria fonográfica continuam em busca de uma saída para compensar a queda vertiginosa nas vendas de CDs. O setor faturava US$ 14 bilhões em 1999, hoje fatura US$ 10 bi e as previsões mais otimistas indicam US$ 9 bi em 2013. A Atlantic – que tem em seu catálogo clássicos como Ray Charles e Led Zeppelin – parece que encontrou um caminho: investir nos medalhões, muitos dos quais já mortos, que sempre terão seu público. É muito mais lucrativo do que apostar nos “novos talentos”, que exigem uma montanha de dinheiro em marketing e promoção.

Na verdade, os artistas mesmo não estão lá muito preocupados com a internet; alguns até estimulam a circulação de suas músicas on-line. O dinheiro que ganham em shows e publicidade compensa de longe as perdas com a venda de discos. Quem está apavorado, mesmo, são os executivos das gravadoras, que podem (e devem) perder seus gordos empregos. Com raras exceções, esses caras se acostumaram a ganhar dinheiro fácil à custa do talento dos artistas.

A internet está derrubando essa mamata. Viva a internet!

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