Dois dos principais executivos americanos da atualidade – Craig Barrett, da Intel, e John Chambers, da Cisco – participaram de uma conferência na CES, na última sexta-feira, para tratar de um tema que interessa muito ao Brasil: Tecnologia e os Países Emergentes. O objetivo dos organizadores era levantar idéias que facilitem a introdução da tecnologia nos países em desenvolvimento. Idéias como a que foi mostrada num vídeo: 56 mil computadores usados (e que haviam sido descartados por usuários americanos) foram reciclados e enviados para a África, onde provavelmente estão sendo úteis a pessoas que dificilmente teriam condições de comprar um computador.

Claro que ninguém quer fazer mera caridade. A idéia que se discutiu é como “vender” tecnologia aos países do Segundo e do Terceiro Mundos, já que a crise atual atinge com mais força o Primeiro Mundo. Não assisti ao debate, mas li uma condensação fornecida pela assessoria de imprensa da CES. Fui curioso observar como os gigantes da tecnologia idealizam os países emergentes. Barret, por exemplo, lembrou que a Intel já na está na terceira geração de seu chip de baixo custo, usado na fabricação de computadores populares. E anunciou a criação da campanha Small Things Challenge: para cada clique no site da campanha, a Intel irá doar 5 cents a programas educacionais em países em desenvolvimento onde atua.

Por sua vez, Chambers enumerou os pilares em que, na sua visão, deve se sustentar a introdução da tecnologia para melhorar o padrão de vida de nações pobres: educação, infraestrutura, banda larga e suporte do governo.  Precisa repetir? Educação é a primeira palavra, sempre. Seria bom agora saber o que as autoridades brasileiras têm a dizer sobre o assunto, além de fazer demagogia com o dinheiro do contribuinte.

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