Quando comentei aqui, tempos atrás, sobre a postura demagógica dos líderes sindicais brasileiros diante das demissões que começavam a acontecer na indústria, recebi algumas críticas. Tudo bem, estamos numa democracia. Agora, com as demissões se espalhando (e não só no Brasil, é claro), os sindicalistas dão razão ao meu argumento: para que serve um sindicato, se não para defender seus filiados numa hora de crise como essa?

Vejam o que aconteceu esta semana em Taubaté (SP). Uma pequena indústria fez acordo com seus funcionários para garantir o emprego de todos, desde que reduzindo a folha salarial por um período determinado. Tudo certo, o pessoal aprovou – claro, ninguém ficou contente, mas foi uma solução, digamos, emergencial. Aí, veio o sindicato local e brecou o acordo. Pela lei trabalhista brasileira atual, a entidade sindical tem esse direito. Então, ficamos assim:os trabalhadores querem, mas o sindicato não deixa. Puro surrealismo, considerando que o sindicato é sustentado por uma verba recolhida compulsoriamente dos salários dos trabalhadores, que nem têm a opção de deixar de contribuir, se quiserem.

Agora, o que dirão os sindicalistas se a empresa tiver que fazer demissões?

Esses pretensos líderes não fariam melhor se, por exemplo, pressionassem o governo a reduzir a tributação sobre a folha salarial das empresas? Este, sim, é o maior estímulo a demissões e o maior entrave à criação de empregos. Ou alguém acha que empresário se diverte demitindo?

1 thought on “Demissões, sindicatos e demagogia

  1. Bem feito para os trabalhadores que escolhem seus políticos ligados aos sindicatos, pois assim seus delirios um dia viram leis.

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