Durante a viagem a Portugal, terminei de ler “Música, Ídolos e Poder”, autobiografia de André Midani. Para quem não se lembra, Midani foi provavelmente a figura mais importante da música brasileira sem ser músico. Claro, não se pode comparar um executivo de gravadora com um artista, mas Midani, pelos cargos que ocupou e principalmente por sua interação com os músicos mais importantes do País nos últimos 40 anos, merece estar presente em qualquer antologia da MPB.

Vale a leitura para quem gosta de música, e também para quem se interessa em conhecer os meandros dessa indústria trilionária chamada show-business, que já ergueu e derrubou tanta gente. Só lamentei que o autor tenha interrompido seu relato justamente em 2006, quando ficou claro que a internet estava fulminando o modelo de negócios em que se baseou a indústria da música. Talvez ele tivesse alguma idéia sobre o tema, como dá a entender no subtítulo do livro: “Do vinil ao download”.

Mas não, nenhuma palavra a respeito. Aliás, é algo bem típico dos artistas brasileiros, como o próprio Midani insinua em alguns trechos do livro: fingem-se de mortos, como se nada do que está acontecendo tivesse a ver com eles. Enquanto isso, a banda vai passando.

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