P1100493BHoje, domingo, é o último dia da CES aqui em Las Vegas. Boa hora para tentar um breve balanço do evento e principalmente suas implicações para o mercado como um todo (a cobertura completa está aqui). Se todo ano há uma empresa que se destaca, este ano podemos dizer que não houve propriamente um “vencedor”. Protótipos e produtos já prontos para ir ao mercado, vimos às dezenas, de várias marcas, até com um certo clima de repetição. No setor de áudio e vídeo, como todo mundo está embarcando na onda do 3D, os aparelhos acabam ficando parecidos. Não sei se isso é um problema, vamos ver quando o 3D estiver, concretamente, nas lojas e nas emissoras (no Brasil, lamento dizer que isso deve demorar um bom tempo). Mas vamos lá, com as principais tendências observadas na CES 2010:

TVs – Consolidada a supremacia mercadológica do LCD sobre o plasma, a questão agora é saber quanto tempo irá levar para que o parque instalado de LCDs convencionais seja substituído pelos modelos com backlight de LED. Todos os grandes fabricantes – com exceção da Sony – apresentam os LED-LCDs como “top de linha”, prometendo vários lançamentos este ano no mercado internacional. É mera questão de tempo. Em breve, os preços desses TVs devem cair ao nível atual dos LCDs comuns, e ninguém mais precisará ter dúvidas a respeito. Quanto ao plasma, apesar da melhor qualidade de imagem, continua parecendo difícil para os fabricantes investirem para tornar essa tecnologia mais acessível, até porque o custo de fabricação ainda é alto; os índices de rejeição dos painéis de plasma nos departamentos de controle de qualidade parecem um obstáculo intransponível. Meu palpite: cada vez mais o plasma será um produto de nicho, voltado aos projetos mais sofisticados, enquanto o LED-LCD ganha mercado.

Blu-ray – Poucas novidades. LG e Panasonic apresentaram gravadores no formato, mas sem previsão de lançamento. A indústria continua sem saber se vale a pena investir na tecnologia, correndo o risco de a alta definição se popularizar mais rápido via internet. Quando digo “indústria”, refiro-me a todo o conjunto, principalmente os estúdios de cinema, que mantêm uma postura tímida em relação a um formato que, como todo mundo sabe, supera de longe seu antecessor. Para consolo dos fãs, o Blu-ray está servindo para alguns estúdios colocarem no mercado reedições preciosas de clássicos com uma infinidade de bônus.

Media center – O nome está meio desgastado, mas o conceito se amplia. As soluções vão da simples integração entre TV e computador, com acesso mais fácil a sites variados e a possibilidade  de armazenar mais e mais gigabytes de conteúdo, via interfaces básicas; até o uso de dispositivos de acesso remoto, pelos quais o usuário pode “entrar” na sua casa mesmo que esteja a milhares de quilômetros dali.

Smartphones – A entrada da Google nesse campo e o provável lançamento do tablet Apple, previsto para março, devem consolidar o uso dos chamados telefones inteligentes, que passam a incorporar mais funções antes atribuídas apenas aos computadores. Memória e processadores para isso já estão disponíveis. A Panasonic, por exemplo, mostrou aqui em Las Vegas um cartão SD com 64GB, que deve estar no mercado em 2011. E as chinesas Lenovo e Asus vêm com tudo, para transformar netbooks em “smartbooks”, que é o que parece prepapar a Apple. Boa briga.

Readers – Outro produto com que é bom todos irmos nos acostumando. Na CES, desfilaram uns 15 ou 20 modelos, a maioria chineses, fazendo crer que os preços vão despencar logo, logo. A tecnologia para os leitores eletrônicos é tão simples que chega-se a questionar: “por que só agora”? Ah! Não acho que os e-readers vão disputar mercado com os celulares; são duas aplicações diferentes, cada uma com suas particularidades.

Economia – O Natal foi tão surpreendentemente bom para o varejo americano (e conseqüentemente para os fabricantes como um todo) que a palavra “crise” praticamente desapareceu das conversas. A expectativa é que 2010 traga novo ciclo de otimismo. Tudo muito diferente de um ano atrás.

Bem, sobre o 3D nem vou comentar porque já o fiz anteontem. A CES acabou, mas continuará sendo comentada, aqui e nas nossas outras mídias. Acompanhem, comentem, discutam. Vai valer a pena.

1 thought on “O que fica da CES?

  1. Primeiramente boa tarde , Orlando Barrozo.
    Quero deixar claro o quanto me orgulho do seu trabalho e previlégio de ver pessoalmente os lançamentos da tecnologia no mundo , que maravilha…..!!!!
    Já presenciei aqui no Brasil ‘LED’, LCD,mas particularmente eu ,continuo com a qualidade de imagem do Plasma(tenho a PZ800 58′ panasonic)como o senhor digitou a cima;’Meu palpite: cada vez mais o plasma será um produto de nicho, voltado aos projetos mais sofisticados, enquanto o LED-LCD ganha mercado’.
    Duas perguntas ; já que vem ai o blu-ray 3D, quem ainda não comprou o blu-ray que está no mercado deva desistir e aguardar o 3D ? Qual TV mais lhe chamou atenção pela qualidade de imagem(tecnologia e marca) na CES ?
    SAUDAÇÕES E PARABÉNS PELAS MATÉRIAS ONDE ACOMPANHEI TODAS . FELIZ 2010.

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