O brasileiro continua comprando assinaturas de TV como “nunca antes neste País”. O número de assinaturas vendidas entre janeiro de 2008 e abril de 2010 (2.683.243) corresponde a mais da metade de tudo que havia sido vendido até então, desde 1997, quando o serviço foi implantado no Brasil. Motivos: a afluência da classe C, que antes não tinha dinheiro para pagar a assinatura, as vendas crescentes de TVs de plasma e LCD e o aumento da competição no setor, com a entrada de Oi e Embratel.  Os dados são da Anatel, que comemora o crescimento de 7,5% somente nos quatro primeiros meses deste ano. Com isso, o mercado superou a barreira dos 8 milhões de assinantes, e agora a expectativa é chegar ao final de 2010 com mais de 9 milhões. Ainda é pouco, considerando a população do País. Mas é um ritmo de crescimento espetacular.

Na verdade, o fator decisivo para disseminar a prática da TV por assinatura no País tem pouco (ou quase nada) a ver com o hábito de ver televisão em si. É a força da banda larga, que chega a cada vez mais famílias através dos pacotes triple-play (TV+internet+telefone). Esse segmento simplesmente triplicou de tamanho nos últimos três anos: era 1,189 milhão de assinantes no final de 2006, agora são 3,2 milhões, segundo a consultoria especializada Teleco. A vontade – e principalmente a necessidade – de ter uma conexão de banda larga leva muita gente a assinar os pacotes triple-play e, com isso, “ganhar” o sinal de TV paga.

Mas o que pode mesmo fazer explodir esse mercado é o aumento da concorrência, com a entrada em cena de novas operadoras. Aí, o problema maior passa a ser a defasada legislação existente. A chamada Lei do Cabo é de 1995 e foi feita no espírito de “privatização controlada” da época – na verdade, uma privatização pela metade, que não se preocupou com a evolução tecnológica. O item mais absurdo dessa lei é aquele que limita o número de concessões (as chamadas outorgas): em nada menos do que 492 municípios, só pode ser concedida uma outorga. Uma única! Em 287 outros, no máximo duas; e assim se fez um mercado de TV literalmente “fechada”.

3 thoughts on “TV paga: recorde sobre recorde.

  1. “TV paga = galinha dos ovos de ouro”. O dono ganha quando recebe do assinante e quando recebe do anunciante. E da-lhe propaganda, propaganda, propaganda e mais propaganda!!!! Será que isso não tem limites ??? Do jeito que vai, a cada hora vamos pagar (caro) para assistir 50 minutos de propaganda e 10 de programação (repetida na maioria das vezes). Em alguns canais passam mais propagandas que nas emissoras de TV aberta. Não vejo mais vantagem em assinar um TV paga. Gasto menos dinheiro em comprando e/ou alugando discos….. e com a imagem e som muito melhores.

  2. Concordo absolutamente com o Douglas. É um absurdo. Ontem, tentei assistir à Oprah na Globosat HD e não deu. Sem exagero, pois qualquer um pode comprovar isso, a entrevista era com o Rock….. sobre um documentário que ele fez (Good Hair). Corriam dois minutos de programa e entravam com comerciais.Infelizmente não deu para assistir o programa inteiro.Outra coisa é a péssima qualidade de imagem nos canais de pacotes de futebol. Uma resolução baixíssima que mais lembra a de fitas antigas de VHS depois de duas ou três cópias. Nós, assinantes, nunca sabemos a quem reclamar no caso da Net e Sky. Se você reclama com eles eles dizem que é problema da Globosat e na Globosat eles não respondem. É uma total falta de respeito com o assinante.

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