Meu amigo Celso Ming matou a charada: algumas figuras do atual governo parecem saudosas dos tempos em que bastava baixar decretos para resolver os problemas do País. É o que se depreende dessa história de o Tesouro Nacional emprestar dinheiro ao BNDES para este financiar grandes grupos econômicos. Não sei se vocês têm acompanhado o noticiário. Em resumo, o Banco – cuja função é financiar as empresas privadas – alega ter poucos recursos para obras de infraestrutura, que por natureza custam caro e demoram para ficar prontas. A solução encontrada foi tirar dinheiro do Tesouro (ou seja, de nós, contribuintes) para cobrir as necessidades do BNDES.

Já vimos esse filme várias vezes nos tempos dos governos militares, que não precisavam (por motivos óbvios) dar satisfação a ninguém. Foi assim que explodiu a dívida externa do País, anos depois, quando os militares nem estavam mais no poder. O raciocínio agora é o mesmo: o governo precisa incentivar o desenvolvimento. Emprestando às empresas, estas irão investir, gerar empregos etc. etc. etc. Interessante que os beneficiados são sempre os mesmos grupos… O custo dos empréstimos? Melhor deixar pra lá… As empresas terão condições de pagá-los? Pergunta boba…

Segundo Ming, o Tesouro já emprestou R$ 180 bilhões ao BNDES, e os ministros acham tudo normal. Os juros que o Banco cobra das empresas são subsidiados – o caso que comentamos aqui da fusão Oi-Telemar é apenas um. E quando essas empresas quebram, ou os projetos não dão certo, quem paga a conta? Adivinhou: você e eu, que trabalhamos e pagamos impostos.

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