Muito esclarecedor o debate que surgiu entre os leitores deste blog a propósito dos impostos que recaem sobre aparelhos eletrônicos. Sem querer ser pretensioso, ouso dizer que é um debate cívico. Certamente, muitos – eu, inclusive – estão aprendendo com essa discussão. É bom ver que há pessoas sinceramente interessadas em que se resolva esse que é um dos maiores problemas do país.

Claro, existem aqueles que não estão nem aí – aconteça o que acontecer, continuarão comprando do amigo contrabandista ou de sites ilegais, apenas pelo prazer de curtir seus “brinquedos eletrônicos” gastando menos. Mas, no geral, lendo os comentários adicionados à nota Quem sonega, nega, vejo que as pessoas honestas e que trabalham sério sentem-se incomodadas com essa situação. Conversando com empresários do mercado, percebe-se boa dose de resignação diante da impotência generalizada, como quem diz: “Fazer o quê”? O quadro descrito pelos leitores Aureo Pires e Carlos Alberto (não diz o sobrenome) me parece perfeito. O problema é que é muito mais fácil acusar, ainda que sem a menor base, do que estudar o assunto. Aliás, os políticos complicam essas coisas justamente para que os pobres mortais desistam de entendê-las.

Não é mera coincidência que esta semana chegamos à incrível marca de R$ 1 trilhão em impostos arrecadados neste ano, que deve ser recorde mundial. Também não é coincidência que o presidente Lula, ao comentar o assunto num evento esta semana, tenha dado esta exemplar explicação para a carga tributária brasileira, que já passa dos 40% do PIB: “Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada. E estamos aí, cheios de exemplos… os Estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm a carga tributária mais elevada, vide Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Dinamarca…” (leiam a notícia inteira aqui, se não acreditam).

Como percebem, nossas políticas sociais já podem ser equiparadas às da Alemanha, Suécia, Dinamarca… É pra rir ou chorar? Um leitor comentou aqui que é ótimo ter um governo assim para botar a culpa!!! Eu não acho nada disso engraçado.

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