Como se costuma dizer, desgraça pouca é bobagem. Ainda tentando se recuperar das perdas provocadas pelo tsunami, em março, executivos da Sony têm dormido muito pouco nas últimas semanas. Desde o dia 17 de abril, a empresa vem sendo vítima de “serial-hackers”, o que levou seu presidente mundial, Howard Stringer, a distribuir um comunicado nesta quinta-feira pedindo desculpas aos consumidores (leiam aqui). O mais grave é que esse pedido pode não adiantar muito.

Como comentamos aqui na semana passada, os ataques atingiram fortemente a imagem da empresa. Pelo que se sabe oficialmente, mais de 100 milhões de usuários da PlayStation Network, rede mundial de usuários do videogame mais vendido do mundo, podem ter sido vítimas de roubo de dados pessoais, inclusive senhas e números de cartão de crédito. É o caso mais grave desse tipo até hoje, a tal ponto que governos de países como EUA, Grã-Bretanha e Alemanha já iniciaram investigações. A preocupação é tanta que a Sony, além de contratar empresas de segurança especializadas em vários países, colocou funcionários para trabalhar junto com o FBI na investigação. E estuda a possibilidade de adquirir um seguro para os usuários de sua rede, que poderiam receber até US$ 1 milhão caso confirmem que seus dados foram violados.

A principal crítica que é feita à empresa refere-se à demora para agir. Os ataques começaram no dia 17, e as primeiras informações sobre sua extensão só foram divulgadas no dia 26. “Gostaria que tivéssemos agido mais rápido”, disse Stringer, cujo braço direito é justamente Kazuo Hirai, recentemente promovido a presidente da divisão de games do grupo.

O fato é que as ações da Sony não param de cair desde a semana passada, e a PlayStation Network teve que ser tirada do ar até que se resolvam os problemas de segurança. Especialistas estimam que a empresa terá prejuízos superiores a US$ 1 bilhão, fora os danos a sua imagem.

Curiosamente, a Sony vem adotando nos últimos meses uma política mais rígida em relação à pirataria, e aí é que pode estar a origem do ataque. Um grupo de internautas de vários países, autodenominado “Anonymous”, lançou meses atrás uma campanha contra os produtos da empresa, como represália pelas medidas que dificultam a cópia de conteúdos a partir do PlayStation 3. Coincidência ou não, ao investigar os ataques de agora agentes da Sony encontraram em seus servidores um arquivo chamado… isso mesmo: ANONYMOUS. Sem dúvida, uma boa pista.

 

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