No sábado, fui conferir o estande da Mitsubishi na IFA, onde a empresa está demonstrando a nova versão do TV a laser. Lançado nos EUA com o nome de “LaserVue”, aqui na Europa ele é apresentado como “Laser Display”, integrado a um sistema de home theater. Colegas de outros países ficaram entusiasmados com as imagens 3D do aparelho (foto). Dizem alguns experts que a tecnologia a laser é ideal para projetar imagens tridimensionais, devido ao brilho mais intenso. Como se sabe, uma queixa comum entre os cineastas é que os filmes em 3D perdem brilho: como a luz interna precisa ser compartilhada entre duas imagens diferentes, o resultado é que a luminosidade acaba se dividindo. Já li gente como Martin Scorsese criticando o Cinema 3D por isso, embora outros, como James Cameron, digam que isso não é problema.

No caso dos TVs, a necessidade de brilho não é tão grande: na dúvida, apagam-se as luzes da sala e pronto! Ainda assim, o laser seria (teoricamente) um belo upgrade nos TVs 3D. Posso estar enganado, mas não foi o que vi aqui. Fiz até um vídeo mostrando como as imagens parecem lavadas e perdem definição quando se sai do ângulo de visão central (assistam aqui). Mesmo deixando esse aspecto de lado, o TV a laser tem ainda dois problemas cuja solução parece distante. Uma é o superaquecimento, que exige uma estrutura interna maior e mais pesada para dissipação do calor; o 3D de 75″ em exibição aqui pesa 70kg!!! Outra é o custo. Como só a Mitsubishi, por enquanto, está investindo nessa tecnologia, os aparelhos têm preço semi-proibitivo. O mesmo modelo sairá, quando (e se) chegar ao mercado europeu, na faixa dos 4 mil euros – um plasma de 65″ pode ser encontrado por metade desse preço.

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