Numa reportagem recente sobre a produção de jingles para campanhas políticas, ouvi a expressão “chiclete no ouvido”. Refere-se àquela que, segundo os papas no assunto, é a qualidade mais importante de uma música do gênero: colar nos ouvintes como chiclete, de tal forma que eles memorizem a mensagem do candidato. Vale também, é claro, para todo tipo de música publicitária, como sabemos desde os tempos do “Varig, Varig, Varig…” Tive o prazer de conhecer verdadeiros gênios nessa arte, e cito de memória alguns: Caetano Zamma, Arquimedes Messina, Zé Rodrix, Serginho Leite, Miguel Gustavo (talvez o maior de todos)… quer saber mais? Entre aqui.

Agora, leio na internet que uma das sensações do momento nos EUA é um serviço chamado GetGlue. Pelo visto, seu efeito é o mesmo de um chiclete. É destinado aos fãs de televisão, uma espécie de Facebook especializado nos programas e nos ídolos da TV americana. Quando se trata de filmes e séries, dizem que o GetGlue supera a audiência do Twitter. Mais do que isso: quando o site deixa de falar sobre determinada série, cai até o número de tweets a respeito, ou seja, uma rede está influenciando a outra…

Este é mais um dos fenômenos do mundo online, em que a interação entre mídias diferentes (no jargão marqueteiro, cross-media) é cada vez mais intensa. Ninguém tem como prever se o GetGlue irá se espalhar pelo mundo, como ocorreu com o Facebook e o próprio Twitter (este site dá dicas em português sobre a rede). Mas parece não haver mais dúvida de que redes montadas em torno de interesses comuns – no caso, televisão – são uma tendência.

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