É consenso entre os especialistas que, no mundo multimídia de hoje, três empresas estão acima de todas as outras: Apple, Google e Amazon. Nem a outrora todo-poderosa Microsoft está no mesmo nível. Esse poder não se mede apenas em números de vendas ou em lucros, mas na influência que cada marca exerce sobre os usuários e, por extensão, também sobre as próprias concorrentes. Tudo o que cada uma delas faz tem grande repercussão no mercado em geral. E quase todo mundo olha para elas como referência, fonte de inspiração.

Já comentamos aqui sobre as restrições da Apple a operar diretamente no Brasil, desde quando Steve Jobs ainda era vivo. Para quem vive de inovação, e precisa de agilidade na tomada de decisões, nada pior do que um território “minado” como é o brasileiro, tanto em termos de regras e leis esdrúxulas quanto na infraestrutura cronicamente deficiente. Não sei sobre a Google Inc., que desde o ano passado vem reforçando sua operação brasileira, até porque essas corporações fazem do segredo uma arma estratégica. Mas o caso da Amazon é sintomático.

Na última quinta-feira, a empresa começou a aceitar encomendas para a venda de seu tablet Kindle Fire HD em 170 países e – adivinhe – o Brasil não está entre eles. A informação oficial é que o aparelho será lançado aqui este ano, mas ainda não há uma data definida. Na América do Norte, Europa, Ásia e vários países latinoamericanos, e até africanos, o aparelho está sendo vendido em dois tamanhos (7″ e 8,9″); foi lançado em 2012 nos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Japão, tornando-se rapidamente o maior sucesso de toda a história da Amazon. Com ele, é possível adquirir na loja virtual uma infinidade de produtos e serviços a preço mais baixo, mesma receita criada pela Apple para a loja iTunes.

O Brasil é o único dos integrantes do G20 que ficou fora dessa lista. Aliás, a Amazon anunciou também que está expandindo sua loja de aplicativos para cerca de 200 países, e também nessa os brasileiros foram deixados de lado. Alguém pode argumentar que esse tipo de negócio não nos faz falta, o que é verdade. Mas, para quem possui o quinto ou sexto maior mercado consumidor do mundo, ser esnobado pelas empresas mais importantes é, no mínimo, sinal de advertência.

Ou não?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *