Do amigo Renato Sabbatini, um dos pioneiros da informática no Brasil, recebi um link interessante, sobre um projeto desenvolvido pelo CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer), de Campinas. O nome técnico é ProMed – Tecnologias Tridimensionais na Medicina, e o objetivo é o processamento de imagens em 3D para diagnóstico e planejamento de cirurgias complexas (aqui, os detalhes). Parece coisa de Primeiro Mundo, ainda mais quando se olha para a data em que o trabalho foi iniciado: agosto de 2001!

Isso mesmo: há mais de doze anos, os técnicos do CTI já desenvolvem soluções médicas nesse campo, entre elas a hoje tão badalada impressão 3D. Aliás, sei que fazem muito mais, apesar das verbas limitadas e da falta de apoio (vejam neste link). Mas a leitura me chamou a atenção principalmente pelo contraste com tanto besteirol que tem sido publicado a respeito dessa tecnologia. Impressão 3D é coisa muito séria, e assim é encarada por uma legião de cientistas e técnicos de diversos segmentos, inclusive o dr. Sabbatini, médico e professor; este site equivale a uma aula sobre o tema.

No entanto, a maioria das notícias divulgadas a respeito refere-se à possibilidade de qualquer cidadão comum ter em casa uma dessas impressoras e, com ela, criar coisas como chaves, bonecos, máscaras, roupas íntimas, acessórios eróticos e até comida (saboreiem, por exemplo, este vídeo sobre como imprimir uma pizza…). Aliás, o site brasileiro Tecmundo traz diversas notícias recentes sobre a tecnologia. No nosso Planet Tech, publicamos a história da empresa californiana que descobriu como produzir até TVs OLED dessa forma. E, claro, já é possível usar a inovação para fabricar, em casa mesmo, uma arma de fogo, feita de metal, igualzinha às verdadeiras.

É o perigo a que toda tecnologia nos submete, como bem me lembrou Sabbatini: “Os mesmos cientistas que desenvolveram excelentes combustíveis foram capazes de criar líquidos e gases letais, como o napalm”.

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