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Os TVs 4K só serão um sucesso quando houver uma padronização técnica de ponta a ponta, envolvendo aparelhos, discos, software, transmissões por TV e internet. Quem diz isso é talvez o homem mais poderoso do setor atualmente: Mark Teitell, presidente do DECE (Digital Entertainment Content Ecosystem), mais um consórcio criado para defender interesses na indústria de tecnologia. No caso, seus 85 membros são principalmente estúdios de Hollywood e agregados, que controlam a distribuição dos conteúdos que todo mundo quer assistir.

“Tem de haver um padrão, se quisermos ver conteúdos 4K em todos os aparelhos e plataformas disponíveis”, disse Teitell ao jornal online The Hollywood Reporter. “Estamos estudando o tema, mas não se trata apenas de melhor resolução de imagem”, explicou. “Precisaremos definir padrões para itens como faixa dinâmica, profundidade e variedade de cores, além da taxa de quadros por segundo. Tudo isso combinado irá nos dar a próxima geração de vídeo.”

Tentando traduzir em poucas linhas: “faixa dinâmica” (dynamic range), em vídeo, refere-se à quantidade e complexidade das variações de brilho numa imagem, que às vezes precisam ser compensadas (ou corrigidas) na pós-produção. Quanto mais ampla a faixa dinâmica da câmera que capta a imagem, melhor o detalhamento e a clareza visíveis na tela. A variedade de cores (color gamut, também referida por alguns especialistas como color space) é uma especificação típica do vídeo digital, já que é possível traduzir cada elemento de cor numa expressão matemática. No caso do 4K, será preciso definir – e, portanto, padronizar – esse parâmetro para que todos os equipamentos sejam capazes de identificar essa “tradução”.

Por fim, a taxa de quadros (frame rate) tem a ver com o próprio funcionamento da câmera. Como se sabe, no cinema convencional utiliza-se a velocidade de 24fps (quadros por segundo); na transferência do filme para vídeo, normalmente aumenta-se essa taxa para 30fps. Com 4K, a proposta é dobrar essa frequência (60fps), o que duplicaria a acuidade da captação – cada quadro de imagem é lido 60 vezes por segundo.

Acrescentem-se a isso tudo as questões relacionadas à compressão do sinal de vídeo, fundamental para transmissão via TV ou internet, e percebe-se como a coisa é complexa. Não por acaso, Teitell acha que ainda levará um bom tempo até que as partes envolvidas concordem em todos esses pontos.

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