O governo federal montou um “grupo de trabalho” para analisar a situação da Oi, que deve mais de R$ 65 bilhões na praça e entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial. Do grupo, fazem parte representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, todos credores da empresa, além da Anatel e da Advocacia Geral da União, já que a Oi também tem altas dívidas em tributos e multas relacionadas à má prestação de serviços.
Em paralelo, outro grupo dentro do governo discute com possíveis interessados em comprar a operadora. Os dois principais candidatos, hoje, são o fundo Societé Generale, do empresário Nelson Tanure, a portuguesa Pharol (herdeira da Portugal Telecom), que hoje detém parte das ações da Oi, e o investidor egípcio Naguib Sawiris, dono da maior operadora da África (Orascom) e ligado ao investidor Naji Nahas, que por sua vez é amigo pessoal do presidente Michel Temer.
A lista de credores da Oi é tão extensa (vai de Itaú e Citibank até pessoas físicas que algum dia compraram ações) que é praticamente impossível chegar-se a um acordo em que todos saiam satisfeitos. E, embora o governo diga o contrário, também não se vê como surja uma solução sem colocar mais dinheiro público. O novo presidente da Anatel, Juarez Quadros, propõe um plano imediato para intervenção na empresa, mas ainda não tem apoio no restante do governo.
Espero que não acabe em negociatas com “amiguinhos”! Estão fazendo render uma notícia velha: a Oi faliu! Deve ser decretada a falência, ser vendida (de preferência para outra empresa diferente das presentes no nosso mercado, para não atrapalhar a concorrência) e seguir com os pagamentos das dívidas, de acordo com o que preconiza a justiça do trabalho, ou seja: primeiro se paga aos funcionários; depois multas, taxas e impostos e o que sobrar se paga aos credores (empresas e investidores), claro se estipulando um teto, para que todos recebam algo, mesmo que parcial. É claro que muitos credores ficarão no prejuízo! Paciência, mas como diria o autor do blog: “Não existe almoço grátis!”.