Pego aqui carona no Gizmodo Brasil para analisar melhor o fenômeno Netflix. Na semana passada, o site publicou uma lista de filmes considerados clássicos que ainda estão disponíveis no serviço – “ainda”, porque podem ser retirados do catálogo a qualquer momento, a  julgar pelo que a empresa tem feito no mercado americano. A oferta teria sido reduzida pela metade, sendo que apenas 31 filmes do ranking Top 250 do IMDB (bíblia digital do cinema) continuam sendo oferecidos por lá.

Como se sabe, filmes não são o forte do Netflix; o que mais impressiona no serviço é a quantidade de séries de TV, cujas temporadas podem ser assistidas inteiras, ou cada episódio avulso, com dois ou três cliques, a um custo mensal bem razoável. A estratégia da empresa é investir cada vez mais em séries originais, como Narcos e House of Cards, evitando os draconianos contratos para compra de direitos junto aos estúdios de cinema.

O problema é que, para isso, há necessidade de muito, muito dinheiro. Meses atrás, o site The Richest publicou uma lista das dez séries mais caras do Netflix: a campeã seria Sense8, com custo de US$ 100 milhões por temporada; Narcos até que fica barato: US$ 25 milhões a cada ano (recentemente, a empresa anunciou que está produzindo mais duas temporadas de Narcos, com direção do mesmo José Padilha, mas sem Wagner Moura). Somando o orçamento das dez produções, teríamos um gasto anual de US$ 480 milhões!!!

Vários analistas financeiros, especialmente nos EUA, já apontaram que a Netflix é deficitária (este é um deles), o que é difícil de confirmar. Apesar de seus cerca de 80 milhões de assinantes mundo afora, que pagam em média 15 dólares por mês, os custos para manter a rede funcionando com agilidade o tempo todo são elevadíssimos. Já explicamos parte da história aqui, aqui e aqui.

Essa é provavelmente – fora a questão dos direitos – a principal razão para diminuir o número de filmes, dando prioridade às séries exclusivas.

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